Biologia da polinização de Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don (Bignoniaceae) na Floresta Nacional do Tapajós, Amazônia Ocidental, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Brazilian Journal of Botany

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-09

RESUMO

Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don é uma árvore pioneira distribuída por toda Amazônia brasileira, encontrada colonizando clareiras, áreas alteradas e bordas de fragmentos florestais. O presente estudo investigou aspectos da biologia floral, sistema reprodutivo e polinizadores de J. copaia. O florescimento ocorre de agosto a novembro, durante o período de menor precipitação pluviométrica, estendendo-se por até quatro semanas por indivíduo e três ou quatro meses para a população, caracterizando um padrão de floração cornucopia. A frutificação termina no início da estação chuvosa, com a dispersão anemocórica das sementes aladas. A taxa de frutificação natural foi de 1,06% (n = 6.932). As flores autopolinizadas manualmente (n = 2.099) não produziram frutos. A polinização cruzada (n = 2.524) resultou em 6,54% frutos, representando seis vezes mais do que a polinização natural (1,06%, n = 6.932). As flores protegidas da visita de polinizadores (autopolinização espontânea) não formaram frutos (n = 5.372). O crescimento dos tubos polínicos foi detectado sob microscopia de fluorescência tanto nos pistilos autopolinizados quanto nos submetidos à polinização cruzada. A espécie foi considerada alógama obrigatória, com mecanismo de auto-incompatibilidade de ação tardia. Aproximadamente 40 espécies de abelhas nativas visitaram as flores, entretanto os polinizadores legítimos foram principalmente abelhas solitárias de médio porte dos gêneros Euglossa e Centris, em função da compatibilidade entre o tamanho corporal com o tubo da corola, que facilitava o contato direto com as estruturas reprodutivas, e a elevada freqüência de visitas.

ASSUNTO(S)

abelhas auto-incompatibilidade de ação tardia biologia floral fenologia polinizadores

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