Bioecologia e manejo da cigarrinha-das-raízes, Mahanarva fimbriolata (Stal, 1854) (Hemiptera: Cercopidae), em cana-de-açúcar / Bioecology and management of the sugarcane spittlebug, Mahanarva fimbriolata (Stål, 1854) (Hemiptera: Cercopidae) on sugarcane

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Os objetivos deste trabalho com Mahanarva fimbriolata foram estudar a influência de fatores abióticos (temperatura, umidade e fotoperíodo) sobre sua biologia, avaliar a flutuação populacional, sistema de amostragem de ninfas e adultos e os métodos de controle, biológico com o fungo Metarhizium anisopliae, químico com thiamethoxam (Actara® 250WG) e por resistência varietal. As condições térmicas influem na duração das fases do ciclo, não havendo desenvolvimento embrionário a 32°C. As temperaturas constantes de 30 e 32°C são letais para ninfas, sendo 25°C a temperatura ideal. Os limites térmicos inferiores de desenvolvimento e as constantes térmicas são 11,2°C e 318,2 graus-dias para a fase de ovo e 11,8°C e 468,0 graus-dias para a fase de ninfa. Condições térmicas flutuantes influem na duração das fases do inseto, mas não são letais a nenhuma delas. A umidade influi na duração e viabilidade do período embrionário. O menor período ocorre na umidade de contato, seguido pela UR de 100%. Nas UR de 80, 60 e 40%, não há desenvolvimento embrionário. Ovos expostos a essas umidades por 120 dias e, então, submetidos à umidade de contato, continuam inviáveis ou com baixas viabilidades (9,6; 6,3 e 0%, respectivamente). Indivíduos expostos à fotofase de 10 horas colocam ovos inférteis ou em aparente diapausa. Para sugarem a seiva, as ninfas inserem os estiletes na epiderme da raiz, atravessam todo o córtex e atingem o cilindro vascular, alimentando-se no xilema e no tubo crivado do floema primário. Na lâmina foliar, os adultos introduzem os estiletes, preferencialmente, pelos estômatos, atravessam as células do parênquima clorofiliano e atingem o metaxilema nos feixes vasculares. O aparecimento da cigarrinha está condicionado ao excedente hídrico e à temperatura. É possível se amostrarem adultos, com armadilhas adesivas amarelas e determinar o momento para controlar ninfas de mesma geração. Não há diferença em relação ao número de conídios depositados por ninfa em concentrações que variam de 1,6 a 5,3; 2,9 a 4,9 e 0,7 a 3,6 conídios/ninfa, respectivamente. As maiores mortalidades acumuladas, total e confirmada, de M. fimbriolata pulverizada com M. anisopliae, oito dias após a inoculação, são constatadas na dosagem de 5,0 x 108 conídios.ml-1, sendo de 57,5 e 62,3% (total) e 42,7 e 45,2% (confirmada) com pulverização sobre ninfa e espuma, respectivamente. M. anisopliae apresenta maior potencial para controle da cigarrinha quando pulverizado sobre a ninfa ou a espuma e sem a lavagem de conídios após a aplicação. Dentre as variedades estudadas, SP81-3250 é a mais suscetível à cigarrinha, possibilitando maior longevidade de machos e fêmeas, maior período de oviposição e elevada fecundidade. A variedade RB72454 reduz em 50% a população de ninfas nas raízes. A aplicação de thiamethoxam, a 1,0 kg p.c./ha, na base das plantas, proporciona controle superior a 90% até 60 DAA e residual de 105 dias (0,02 mg.kg-1) nas raízes. A eficiência de controle na pulverização foliar diminui para 34%, 15 DAA, com resíduos de 2,61 mg.kg-1 nas raízes. Pulverizações dirigidas ao colmo apresentam resíduos inferiores a 0,02 mg.kg-1 nas raízes, sem controle da praga.

ASSUNTO(S)

cana-de-açúcar controle de pragas plant resistance cigarrinhas controle químico sampling manejo integrado microbial contro amostragem ecologia fungos entomopatogêncios temperature requirements chemical control abiotic factors

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