Bioecologia de Dysmicoccus brevipes (Cockerell, 1893) e Pseudococcus viburni (Signoret, 1875) (Hemiptera: Pseudococcidade) em videira / Bioecology of Dysmicoccus brevipes (Cockerell, 1893) and Pseudococcus viburni (Signoret, 1875) (Hemiptera: Pseudococcidae) on grapes

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

31/01/2012

RESUMO

As cochonilhas farinhentas (Hemiptera: Pseudococcidae) têm se tornado pragas importantes em diversas culturas. Na videira, são responsáveis por causar danos diretos, resultando em perdas na produção e danos indiretos como vetoras de vírus. Entretanto, poucas informações estão disponíveis sobre a biologia das espécies na cultura. Neste trabalho, foi estudado em laboratório, o efeito de diferentes estruturas vegetativas, cultivares e porta-enxertos de videira no desenvolvimento, sobrevivência e reprodução de Dysmicoccus brevipes (Cockerell, 1893) e Pseudococcus viburni (Signoret, 1875). As exigências térmicas de D. brevipes foram determinadas, sendo estimado o número anual de gerações da espécie nas principais regiões produtoras de uvas de mesa do Brasil. A biologia de D. brevipes foi estudada em folhas de videira das cultivares de uva de mesa Itália (Vitis vinifera) e Niágara Rosada (Vitis labrusca) e em raízes dos porta-enxertos Paulsen 1103 (Vitis berlandieri X Vitis rupestris) e IAC 572 (Vitis caribaea X 101-14 Mgt). As exigências térmicas foram estimadas com base nos dados de biologia obtidos em cinco temperaturas constantes (15, 20, 25, 28 e 30°C) em folhas de videira da cultivar Itália. A biologia de P. viburni foi estudada em folhas de videira das cultivares de uva de mesa Itália e Niágara Rosada. D. brevipes se desenvolveu em diferentes estruturas vegetativas da planta, bem como em diferentes cultivares e porta-enxertos de videira; no entanto, folhas da cultivar Itália foram as mais adequadas ao desenvolvimento da espécie, considerando-se a menor duração do período ninfa-adulto. A taxa líquida de reprodução (Ro) de D. brevipes foi maior em folhas da cultivar Itália (19,82) em relação à cultivar Niágara Rosada (13,78). As ninfas de D. brevipes que sobreviveram nas raízes do porta-enxerto Paulsen 1103, se desenvolveram melhor do que em folhas. Raízes do porta-enxerto IAC 572 foram inadequadas para o desenvolvimento de D. brevipes, originando fêmeas que não se reproduziram. A velocidade de desenvolvimento de D. brevipes aumentou com a elevação da temperatura, sendo a faixa de temperatura entre 20ºC e 30ºC a mais adequada para a espécie. O limiar térmico inferior e superior de desenvolvimento e a constante térmica para o período ninfa-adulto de D. brevipes em folhas de videira da cultivar Itália, foram de 8,2ºC, 34,5°C e 678,42 graus-dia, respectivamente. De acordo com as exigências térmicas de D. brevipes foi possível estimar a ocorrência de 3,4 gerações anuais em Bento Gonçalves (RS), 3,1 em Caxias do Sul (RS), 4,4 em Marialva (PR), 4,8 em Jales (SP) e 5,2 em Petrolina (PE). Através dos dados de longevidade dos adultos e de viabilidade das diferentes fases do ciclo biológico (ninfa-adulto) de fêmeas de P. viburni, verificou-se que a cultivar Niágara Rosada foi mais adequada para o desenvolvimento da espécie. Os resultados deste estudo demonstraram que a planta hospedeira afeta o desenvolvimento e a sobrevivência de D. brevipes e P. viburni e que a escolha da cultivar ou do porta-enxerto a ser utilizado na implantação do vinhedo, pode auxiliar na redução da infestação destas pragas, sendo um componente adicional a ser utilizado em programas de Manejo Integrado na cultura.

ASSUNTO(S)

ciclo de vida cochonilhas estruturas vegetais grape life cycle mealybug plant structure porta-enxertos rootstock uva

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