Biodiversidade de fungos da família Meliolaceae de fragmentos da Mata Atlântica de Minas Gerais, Brasil / Biodiversity of the Meliolaceae fungi family from fragments of the Atlantic Forest of Minas Gerais, Brazil
AUTOR(ES)
Danilo Batista Pinho
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
23/11/2009
RESUMO
A Mata Atlântica é um bioma ameaçado de extinção, caracterizado por um elevado nível de endemismo e diversidade de espécies. O conhecimento disponível sobre a diversidade neste bioma envolve espécies vegetais e animais que existem nesta floresta. No entanto, há poucos estudos sobre a diversidade de outros grupos extremamente diversificados, em especial sobre os fungos, restando uma grande lacuna ao conhecimento quanto à biodiversidade existente nesse bioma. A família Meliolaceae abrange espécies de fungos biotróficos que infectam um grande número de espécies de plantas de diferentes famílias distribuídas em regiões tropicais e subtropicais, causando doenças denominadas de míldios negros. Por comumente não causarem doenças severas em hospedeiros economicamente importantes, o estudo sobre esses fitopatógenos tem sido historicamente negligenciado em diversos países. O propósito deste trabalho foi o de contribuir para a ampliação do conhecimento sobre os fungos melioláceos no Brasil. Efetuou-se um levantamento de míldios negros associados às plantas que ocorrem em fragmentos florestais selecionados no município de Viçosa, Minas Gerais. Estes fragmentos representam áreas em estados variados de conservação, desde bastante antropizados até próximos da condição de floresta primária e são classificadas como Floresta Estacional Semidecidual Montana. As cinco áreas são assim conhecidas: Mata da Biologia, Mata da Dendrologia, Mata da Silvicultura, Mata do Paraíso e Mata do Seu Nico. O estudo revelou nove espécies fúngicas a serem propostas como novas associadas a hospedeiros pertencentes as seguintes famílias botânicas: Annonaceae, Asteraceae, Cecropiaceae, Leguminosae, Sapindaceae e Tiliaceae. Quatro taxas associados com plantas das famílias Burseraceae, Meliaceae, Piperaceae e Sapindaceae foram reconhecidas como novas variedades a serem propostas. Além destes, as espécies Asteridiella cyclopoda, A. entebbeensis var. codiaei, Meliola pazschkeana var. macropoda, M. trichiliae e M. psychotriae var. chiococcae foram encontradas pela primeira vez no Brasil associados com hospedeiros da família Asteraceae, Euphorbiaceae, Leguminosae, Meliaceae e Rubiaceae, respectivamente. Apesar da pequena área representada pelo conjunto de fragmentos de Mata Atlântica explorada, nove novas espécies, quatro novas variedades e cinco novos relatos de míldios negros associados a vinte espécies de plantas hospedeiras, distribuídos em quatorze famílias botânicas foram encontradas. O elevado número de Melioláceos encontrado nessa pequena área em Viçosa, confirma a grande diversidade e carência de conhecimento sobre este grupo fúngico no bioma Mata Atlântica no Brasil.
ASSUNTO(S)
biodiversidade meliolaceae mata atlântica fitopatologia biodiversity meliolaceae atlantic forest
Documentos Relacionados
- Agaricales Fungi from atlantic rain forest fragments in Minas Gerais, Brazil
- Floristic, structure and successional stages of native fragments of the Atlantic Forest in Minas Gerais
- Trophic ecology of understorey insectivorous birds in an Atlantic Forest area, Minas Gerais, Brazil.
- Diversidade de fungos do solo da Mata Atlântica
- Status conservacionista da mastofauna em fragmentos de Mata AtlÃntica Nordestina