Biodigestão anaeróbia em duplo estágio do bagaço de cana-de-açúcar para obtenção de biogás

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/04/2011

RESUMO

Atualmente o Brasil é considerado um dos maiores produtores mundiais de cana-de-açúcar, colocando-o na liderança mundial em tecnologia de produção de etanol. Juntamente com o aumento sucessivo das safras, aumenta-se a geração de bagaço de cana-de-açúcar, que possui grande potencial energético e é considerado o resíduo agroindustrial obtido em maior quantidade no país. Grande parte das usinas sucroalcooleiras brasileiras tem feito o aproveitamento energético do bagaço através da co-geração, que consiste na queima do bagaço para geração de energia elétrica. Visando à obtenção de um melhor aproveitamento energético do bagaço de cana, a presente pesquisa propõe a aplicação de um método alternativo de geração de energia a partir deste substrato, o qual se constitui na geração de biogás através do processo de biodigestão anaeróbia, em complementação à co-geração atualmente praticada. O processo de biodigestão anaeróbia foi realizado em planta piloto específica para digestão de material sólido, conforme Patente de Busch &Sieber (2006). Foi feita a comparação da rota tradicional de geração de energia (co-geração) e da rota alternativa (produção de biogás em planta piloto e posterior co-geração do bagaço processado na planta). A comparação entre as rotas se deu pelo somatório do potencial energético de cada uma, em termos do Poder Calorífico Inferior PCI do bagaço e biogás gerados, por unidade de massa de bagaço de cana. De acordo com os resultados obtidos, em termos quantitativos, o potencial de geração de energia se mostrou semelhante nas 2 rotas estudadas. Considerando-se o bagaço em base seca, ocorreu um aumento do PCI geral total final, de cerca de 3,5%, enquanto para o bagaço em base úmida, foi identificado um decréscimo de cerca de 22,5% do PCI total final. Em termos qualitativos, a produção de biogás por quilograma de bagaço processado não se mostrou significativa, sendo seu potencial energético bastante inferior ao potencial do bagaço final, após processamento na planta piloto (percentual máximo de 1,47% em relação ao potencial total). A reduzida produção de biogás foi atribuída à baixa biodegradabilidade das fibras presentes no bagaço, sendo que o combustível produzido foi resultado, principalmente, da digestão do açúcar remanescente no substrato. Os ciclos de processo contendo resultados mais positivos estão vinculados às amostras com maior percentual de sólidos solúveis e açúcar redutor total, competindo desta forma com a própria eficiência do processo de extração de etanol

ASSUNTO(S)

engenharia sanitária teses. meio ambiente teses. poluição teses.

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