Bioconversão e degradação da venlafaxina em seu metabólito ativo / Bioconversion and degradation of venlafaxine to its active metabolite

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

03/03/2010

RESUMO

A venlafaxina, (1-[2-dimetilamino)-1-(4-metoxifenil)etil]ciclohexanol), é um fármaco antidepressivo de segunda geração. É um dos mais potentes inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina, e o seu efeito terapêutico é atribuído a esta atividade. A venlafaxina é biotransformada no fígado pelas enzimas CYP2D6, CYP2C19 e CYP2C9 em O-desmetilvenlafaxina ou também chamado de desvenlafaxina (metabólito majoritário), N,O-desmetilvenlafaxina, N-desmetilvenlafaxina. O O-desmetilvenlafaxina é farmacologicamente ativo e contribui significativamente para o efeito farmacológico da venlafaxina, uma vez que é encontrado no plasma em altas concentrações. A investigação da formação de produtos de degradação é de grande importância, pois os produtos formados podem ser menos ativos, mais ativos ou tóxicos. Bioconversão ou a aplicação de modelos microbianos é uma estratégia para mimetizar o metabolismo dos mamíferos produzindo quantidades consideráveis de metabólitos para estudos de atividade farmacológica e toxicológica. Neste trabalho foi realizado um estudo de degradação forçada de venlafaxina em cápsulas de liberação prolongada em diferentes condições de estresse (hidrólise ácida e alcalina, oxidativa e térmica) e foram selecionadas cepas de fungos filamentosos com a finalidade de identificar aquelas capazes de metabolizar a venlafaxina e produzir em escala semi-preparativa os principais metabólitos. Os fungos filamentosos utilizados foram: Aspergillus candidus ATCC 2023, Beauveria bassiana ATCC 7159, Cunninghamella echinulata ATCC 9244, Cunningamella elegans ATCC 6169, Mortierella isabelina ATCC 1757 e Rhizopus arrhizus ATCC 11145. Foi desenvolvido e validado um método indicativo de estabilidade por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) utilizando fase reversa para a análise de venlafaxina na formulação farmacêutica. Os metabólitos preparados por bioconversão foram utilizados para elucidação estrutural e posteriormente serão utilizados como substância química de referência em análises de estudos de estabilidade e futuros estudos de atividade biológica. A cepa Cunninghamella elegans ATCC 6169 foi selecionada e produziu O-desmetilvenlafaxina (desvenlafaxina) e dehidroxi-venlafaxina, similares aos encontrados em mamíferos, reforçando a aplicação dos modelos microbianos para o estudo do metabolismo animal. O estudo indicativo de estabilidade da condição ácida de venlafaxina, formou dois produtos de degradação similares aos obtidos por bioconversão. A O-desmetilvenlafaxina foi recentemente aprovado para o tratamento do transtorno depressivo maior. Como resultado do presente trabalho, foi possível obter a O-desmetilvenlafaxina nas reações de bioconversão por Cunninghamella elegans ATCC 6169 e em estudos de degradação forçada de venlafaxina. O método desenvolvido e validado por CLAE foi considerado método indicativo de estabilidade para análise de venlafaxina em cápsulas de libertação prolongada, pois é sensível/ específico (seletividade <2%), preciso (D.P.R <2%), linear (r >0,99), exato (98,0 - 102,0%) e reprodutível (D.P.R <2%).

ASSUNTO(S)

bioconversão estudo de degradação forçada venlafaxina produtos funcionalizados produtos de degradação bioconversion forced degradation study venlafaxine farmacia bioconversão; venlafaxina-degradação forçada; venlafaxina functionalized products degradation products

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