Bioavailability of iron of the bean (Phaseolus vulgaris L.) with 59Fe intrinsically labeled. / Biodisponibilidade de ferro em feijão (Phaseolus Vulgaris L.) usando o 59Fe marcado intrinsecamente.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O feijão (Phaseolus vulgaris L.) é amplamente consumido no Brasil, especialmente no Nordeste, no qual se apresenta como componente da dieta básica regional (DBR). Constitui importante fonte de proteínas e ferro, por isso, é indicado na prevenção/tratamento da anemia, já que a deficiência de ferro é um dos problemas de maior prevalência nacional e mundial, o que resulta em aumento nas taxas de mortalidade e morbidade, diminuição na produtividade do trabalho e prejuízo do desenvolvimento mental, reduzindo a capacidade da pessoa para uma vida saudável e produtiva. Várias são as tentativas de fornecer, por meio da dieta, a quota de ferro necessária. Dentre elas, encontra-se a utilização da alimentação alternativa. No Brasil, a alimentação alternativa, visa, entre outras coisas, recuperar o estado nutricional de ferro em crianças, e contribui para o tratamento da desnutrição, através, por exemplo, da oferta de multimistura (MM). Inúmeros estudos destacam a importância da composição da dieta para a recuperação e/ou manutenção do estado nutricional de ferro. A determinação dos teores de ferro total e de ferro biodisponível em alimentos comumente consumidos pela população é, portanto, necessária. Por esse motivo, o objetivo dessa pesquisa foi avaliar a biodisponibilidade do ferro do feijão Phaseolus vulgaris, variedade carioca, em ratos Wistar depletados e não depletados em ferro. Para a depleção dos animais, utilizaram-se dietas pré-teste de depleção, sem ferro, e dieta pré-teste controle, baseadas na dieta AIN-93, por oito semanas. Em seguida, utilizaram-se as dietas teste: controle, AIN-93 marcada extrinsecamente com 59FeCl3; FF, dieta AIN-93 contendo feijão carioca como fonte exclusiva de ferro marcado intrinsecamente com 59Fe; FFMM FF mais multimistura; DBR, contendo feijão carioca como fonte exclusiva de ferro marcado intrinsecamente com 59Fe; e, DBRMM, DBR com feijão marcado mais a multimistura, ministradas numa única refeição. Foram determinados a concentração de hemoglobina, o ganho de peso, o consumo dietético e o coeficiente de eficiência alimentar na fase pré-teste. A biodisponibilidade do ferro das dietas teste foi avaliada por meio da determinação da radioatividade do corpo inteiro dos animais, durante 7, dias através de detector de cintilação sólida. Para a análise da composição centesimal do feijão foi utilizada a metodologia indicada pela AOAC. O teor de ferro do feijão e das dietas foi determinado pela técnica de fluorescência de raios X. Aos resultados, aplicaram-se ANOVA, teste t (fase préteste) e Tukey (fase teste), ao nível de p ≤ 0,05. A concentração de hemoglobina, o ganho de peso e o consumo dietético foram maiores no grupo dos animais não depletados do que no grupo dos animais depletados, porém, não houve diferença significativa para o coeficiente de eficiência alimentar. A biodisponibilidade do ferro das dietas teste não diferiu significativamente. Pode-se concluir que a suplementação da multimistura não exerceu qualquer influência sobre a biodisponibilidade do ferro alimentar, em ratos depletados ou não depletados em ferro; que a magnitude da biodisponibilidade do ferro dietético de todas as dietas teste investigadas, por sua vez, foi determinada pelo estado nutricional em ferro dos animais; e, que a biodisponibilidade do ferro do feijão Phaseolus vulgaris, cultivar carioca, foi similar àquela apresentada pela fonte de ferro de referência para ratos Wistar. Sendo assim, o feijão pode ser considerado uma boa fonte de ferro para alimentação, em virtude de sua alta biodisponibilidade.

ASSUNTO(S)

anemia ferro bioavailability anemia iron marcação intrínseca biodisponibilidade quimica intrinsic labeling

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