Bastilhas de pobres e prisões da democracia: Uma reflexão sobre um trade-off entre liberdade e (auto)controle
AUTOR(ES)
Melossi, Dario
FONTE
Tempo soc.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2020-12
RESUMO
Resumo Este ensaio pretende analisar a relação entre luta de classes e prisão a partir de duas de suas dimensões nas sociedades modernas: como mecanismo repressivo que opera contra vanguardas políticas e como mecanismo produtor de disciplina sobre amplas camadas sociais, mais especificamente, as classes despossuídas. Para cumprir este objetivo, recorremos à imagem da bastilha tradicional, para ilustrar a primeira dimensão, e da bastilha dos pobres, para nos referirmos à segunda. As bastilhas dos pobres se constituíram como meio de transformação antropológica do povo, fortemente vinculadas a uma ideia de democracia como autogoverno. O autocontrole, a ser adquirido na prisão, estava inerentemente vinculado ao autogoverno da democracia, como em um trade-off. Esse foi o caso na elaboração do Iluminismo, dos Quakers do século XVII a Beccaria e ao Panóptico de Bentham. O caso dos Estados Unidos é exemplar nesse sentido, pois nos permite compreender a relação entre o autocontrole, inscrito no projeto da disciplina prisional, e o autogoverno, como livre exercício da cidadania política.
Documentos Relacionados
- O trade-off entre os buffers de capacidade de produção e de estoque.
- The trade-off between incentives and endogenous risk
- Trade-off in plant-ant interactions: seasonal variations
- Testando as previsões de trade-off e pecking order sobre dividendos e dívida no Brasil
- Trade-off Custo-Qualidade na Provisão de Saneamento Básico no Brasil