Bases atencionais do raciocínio emocional infantil em contextos sociais

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Estudos sobre raciocínio emocional e raciocínio emocional baseado no modelo dado pelos pais encontraram que a resposta emocional de medo em crianças avaliadas a partir da tarefa experimental de julgamentos da periculosidade de scripts ocorre tanto em relação à informação de perigo quanto à informação de segurança neles contidas. Entretanto o viés atencional (processo psicopatológico que implica na seleção de informações distorcidas) tem sido investigado separadamente do raciocínio emocional. Dessa forma, este trabalho objetivou avaliar as características do raciocínio emocional de crianças através do julgamento de scripts que apresentavam contextos sociais mediados pelos pais ou por pares da mesma idade e correlacionar o desempenho desta tarefa com o nível de habilidade social medido através do Sistema Multimídia de Habilidades Sociais e com o desempenho na tarefa de atenção seletiva do tipo Stroop emocional. Para tanto, foram avaliadas crianças de 7 a 12 anos de uma escola particular da cidade de Uberlândia (N=59) para testar a hipótese de que o raciocínio emocional na infância é um fenômeno natural do desenvolvimento emocional e cognitivo. Para a análise dos dados foram utilizados testes paramétricos de análise de variância e de correlações das medidas avaliadas. Os resultados mostraram a ocorrência do raciocínio emocional e raciocínio emocional baseado no modelo dado pelos pais, uma vez que a amostra confiou não somente na informação de perigo contida nos scripts, mas tomou a resposta de ansiedade para interpretar a situação como perigosa ou não. Neste sentido, na análise dos tipos de respostas (positiva ou de ansiedade) observou-se que as estórias contendo informação de resposta de ansiedade (M= 1,8) foram avaliadas como mais perigosas do que as estórias com informação de resposta positiva (M= 0,97) com F [(1,482) = 25,571, P <0,0001]. Na tarefa Stroop obteve-se um efeito dos tipos de estímulo apresentados [F(2,98) = 161,894, P <0,0001], contudo, esse efeito não se deve a um viés atencional, mas a uma diferença dos estímulos neutro e emocional (18,22seg. e 17,59 seg., respectivamente) em relação à condição controle (13,49 seg.). Também foi significativo o efeito da série [F(8,98)=5,498, p <0,001], sendo que a segunda série gastou significativamente mais tempo, para todas as condições, do que as demais séries. No teste de Habilidades Sociais, as meninas apresentaram maior nível de habilidades sociais em relação aos meninos e a variável habilidade social se correlacionou com várias condições experimentais avaliadas no estudo. Semelhante a outros estudos este também confirmou a ocorrência do raciocínio emocional e do raciocínio emocional baseado no modelo dado pelos pais como um fenômeno normal da infância, além disso, mostrou também que em sua sustentação se encontra o viés interpretativo e não o viés atencional.

ASSUNTO(S)

tarefa stroop ansiedade nas crianças stroop task raciocínio emocional psicologia emotional reasoning habilidades sociais raciocínio (psicologia) social skills

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