Banco de sementes (lenhosas e herbáceas) e dinâmica de quatro populações herbáceas em uma área da caatinga em Pernambuco / Banco de sementes (lenhosas e herbáceas) e dinâmica de quatro populações herbáceas em uma área da caatinga em Pernambuco
AUTOR(ES)
Kleber Andrade da Silva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
As influências das variações sazonal e anual da precipitação e das diferenças espaciais sobre a dinâmica do banco de sementes e de quatro espécies herbáceas (Delilia biflora, Commelina obliqua, Phaseolus peduncularis e Poinsettia heterophylla) foram avaliadas em uma área de caatinga, na Estação Experimental da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária IPA (8o1418S e 35o5520W, 535 m de altitude), em Caruaru, Pernambuco, Brasil. Foram coletadas 105 amostras de serrapilheira e de solo (0-5 cm de profundidade), em parcelas de 20 x 20 cm, em três estações chuvosas e três secas. A riqueza e a densidade foram determinadas pelo método de emergência de plântulas. A dinâmica das populações herbáceas foi avaliada em 35 parcelas de 1 m x 1 m, em microhabitats plano, rochoso e ciliar. No interior das parcelas todos os indivíduos das quatro espécies foram contados e marcados e, mensalmente, as parcelas foram monitoradas para contagem dos nascimentos e mortes. Emergiram do banco de sementes 79 espécies, sendo a maioria herbácea. Nos três anos, a riqueza e a densidade foram mais elevadas nas amostras de solo. Houve variação sazonal significativa na riqueza apenas no primeiro ano e não houve diferença entre anos. A similaridade entre estações e entre anos foi menor que 50%. Apenas sete espécies estiveram em ambas as estações chuvosa e seca dos três anos. O banco apresentou densidade média estimada de 591 sem.m-2. Houve variação sazonal significativa na densidade no segundo e no terceiro ano. A densidade diferiu entre anos e a maioria das espécies ocorreu com poucos indivíduos. As quatro espécies formaram populações mais numerosas no primeiro ano, e reduziram drasticamente de tamanho no segundo ano, que foi mais seco. C. obliqua foi menos sensível às variações nos totais pluviométricos entre anos. Dentro de cada ano, o tamanho das populações estudadas foi maior na estação chuvosa, diminuindo fortemente na estação seca. Apesar das reduções sazonais e anuais na densidade, três das espécies estiveram presentes durante os três anos,mas C. obliqua desaparece no microhabitat ciliar. D. biflora, C. obliqua e P. peduncularis ocorreram nos três microhabitats, mas com baixa densidade no ciliar. Não houve registro de P. heterophylla no ciliar. O tamanho das populações e os picos de natalidade e de mortalidade, em cada microhabitat, variaram no tempo. As variações sazonais e anuais nos totais pluviométricos exercem influência sobre a riqueza e a densidade do banco de sementes e sobre a dinâmica das populações herbáceas. A densidade do banco de sementes da catinga pode ser maior na estação chuvosa, maior na seca, ou não exibir variação sazonal. O microhabitat pode atenuar o impacto do estresse hídrico da estação seca sobre a mortalidade das populações herbáceas, pois o maior pico de mortalidade das quatro espécies foi no plano. O papel preditivo de chuvas de tempos presentes ou ecologicamente recentes não explica variações de densidade de sementes do banco do solo, em contra partida o poder preditivo de totais pluviométricos de passados mais distante pode ter elevado poder de explicação sobre a dinâmica do banco de sementes do solo da caatinga e elevada implicação na conservação deste tipo vegetacional.
ASSUNTO(S)
banco de sementes microhabitats herbs pernambuco (br) caatinga riqueza densidade density precipitation botanica richness demography seed bank mcrohabitats demografia herbáceas
ACESSO AO ARTIGO
http://200.17.137.108/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=362Documentos Relacionados
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