Baixa prevalência de esôfago de Barrett em área de risco para câncer esofágico no Sul do Brasil
AUTOR(ES)
DE CARLI, Diego Michelon, ARAUJO, Amanda Faria de, FAGUNDES, Renato Borges
FONTE
Arq. Gastroenterol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
21/09/2017
RESUMO
RESUMO CONTEXTO: Esôfago de Barrett, complicação da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), é lesão precursora do adenocarcinoma esofágico. O adenocarcinoma esofágico apresenta incidência crescente principalmente no ocidente. O estado do Rio Grande do Sul apresenta as taxas mais altas de câncer esofágico no Brasil, porém com baixa prevalência de adenocarcinoma. OBJETIVO: Investigar a prevalência de esôfago de Barrett em pacientes submetidos a endoscopia digestiva alta nos últimos 5 anos. MÉTODOS: Revisão de prontuários dos pacientes submetidos a endoscopia digestiva alta entre 2011 e 2015. Registrados dados demográficos, sintomas de DRGE, achados endoscópicos, extensão e diagnóstico histológico de epitelização colunar do esôfago. A significância entre as variáveis foi acessada pelos testes do qui-quadrado e exato de Fisher com IC95%. RESULTADOS: Foram incluídos 5996 pacientes. Identificamos 1769 (30%) com sintomas de DRGE ou esofagite e 107 (1,8%) com epitelização colunar. À exceção de oito pacientes com epitelização colunar, os demais apresentavam sintomas de DRGE ou esofagite. Esôfago de Barrett definido pela presença de metaplasia intestinal ocorreu em 47 pacientes; 20 (43%) com segmentos acima de 3 cm e em 27 (57%) com segmentos menores. A prevalência global de esôfago de Barrett foi 0,7% e em pacientes com DRGE foi 2,7%. A razão de chances para a ocorrência de epitelização colunar em pacientes com DRGE foi 30 (IC95%=15,37-63,34) e para a ocorrência de metaplasia intestinal em segmentos longos foi 8 (IC95%=2,83-23,21). CONCLUSÃO: Pacientes com DRGE apresentaram risco 30 vezes maior que pacientes sem DRGE para a ocorrência de epitelização colunar. O risco de ocorrência de esôfago de Barrett em segmentos longos foi oito vezes maior. A prevalência global de esôfago de Barrett foi 0,7%. Em pacientes com DRGE a prevalência foi 2,7%. Segmentos longos de esôfago de Barrett representaram globalmente 0,3% e em pacientes com DRGE 1,1%.
ASSUNTO(S)
esôfago de barrett células epiteliais neoplasias esofágicas neoplasias intestinais refluxo gastroesofágico
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