Babaçu livre e queijo serrano: histórias de resistência à legalização da violação a conhecimentos tradicionais
AUTOR(ES)
Porro, Noemi Miyasaka, Menasche, Renata, Shiraishi Neto, Joaquim
FONTE
Horiz. antropol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2014-06
RESUMO
Este artigo analisa experiências protagonizadas por comunidades cujos modos de vida geram e se sustentam em conhecimentos tradicionais em face de tentativas de implementação de um regime global de propriedade intelectual. Estudos de caso sobre quebradeiras de coco babaçu, no estado do Maranhão, e produtores de queijo serrano, no Estado do Rio Grande do Sul, revelam significados da tradição implícita no conhecimento que se pretende proteger. Dados empíricos, analisados jurídica e antropologicamente, evidenciam, apesar de aparente progresso na legislação, ameaças a múltiplas dimensões de modos de vida fundados em territórios tradicionais. Argumenta-se que, sem a imediata e integral aplicação da Convenção OIT 169, invertem-se os efeitos da incorporação de convenções internacionais no ordenamento jurídico nacional, a exemplo da Convenção da Diversidade Biológica. Conclui-se que as comunidades tradicionais resistem à ilegal apropriação de seus conhecimentos, enquanto setores privados neles interessados utilizam-se do estado de direito para legalizar sua pilhagem.
ASSUNTO(S)
comunidades tradicionais convenção oit 169 estado de direito regime global de propriedade intelectual
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