âWe are our own measuring tool, who feel and shoutâ: social-environmental conflict around a pesticide factory in CearÃ. / O nosso medidor somos nÃs, que sentimos e gritamos: conflito socioambiental no entorno de uma fÃbrica de agrotÃxicos no CearÃ.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/05/2008

RESUMO

Os mÃltiplos efeitos da produÃÃo e uso de agrotÃxicos para a saÃde humana e o meio ambiente à um grande desafio, com implicaÃÃes significativas para as PolÃticas de SaÃde, Meio Ambiente, EconÃmicas e Sociais. Seu campo empÃrico à a conformaÃÃo do conflito socioambiental instaurado no entorno da fÃbrica de agrotÃxicos Agripec, em Maracanaà - CearÃ, analisando as transformaÃÃes no territÃrio a partir da instalaÃÃo da fÃbrica de agrotÃxicos e a evoluÃÃo do conflito socioambiental, na perspectiva do Estado, da empresa e da populaÃÃo afetada. A idÃia principal desse estudo foi contribuir para dar visibilidade ao conflito socioambiental em territÃrio urbano industrial, desocultar os danos do desenvolvimento e colaborar na construÃÃo de instrumentos metodolÃgicos para uma abordagem de saÃde pÃblica com enfoque multidisciplinar. A escolha metodolÃgica foi o estudo de caso atravÃs de investigaÃÃo qualitativa, numa abordagem social e histÃrica ampliando a compreensÃo dos processos que geram saÃde e doenÃa dependendo dos valores e interesses existentes dentro do territÃrio. Buscou compreender o sentimento dos moradores em relaÃÃo a presenÃa da poluiÃÃo por agrotÃxicos no cotidiano da comunidade e na produÃÃo de sentidos. Os resultados evidenciaram: lacunas nas informaÃÃes dos ÃrgÃos pÃblicos; negaÃÃo do problema pela empresa; a luta da comunidade para o reconhecimento do problema e sua atuaÃÃo como sujeitos na nomeaÃÃo dos problemas ambientais a partir do corpo; a aÃÃo direta da comunidade na busca da informaÃÃo; a construÃÃo coletiva do problema apoiada na forÃa da mobilizaÃÃo. A anÃlise aponta para trÃs dimensÃes distintas do conflito socioambiental: - a disputa pelo espaÃo revela-se no uso e ocupaÃÃo do solo, na expansÃo das fronteiras da empresa para alÃm do muro, caracterizado pelo cheiro que invade o espaÃo da comunidade, conformando a dimensÃo espacial e coletiva do conflito; - a disputa simbÃlica pela apropriaÃÃo do territÃrio que encontra no discurso da empresa a negaÃÃo do problema em estratÃgia condicionada pelas estruturas de poder e de controle sobre os recursos. E na comunidade, a luta pela confirmaÃÃo do problema imprime à disputa sentidos que transcendem a lÃgica do mercado, pois envolvem recursos que nÃo tÃm preÃo por estarem no plano do interesse comum, nÃo sendo objeto de apropriaÃÃo privada. Nessa luta pelos recursos ambientais, a comunidade desmascara os discursos dos poderes estabelecidos e acionam categorias como justiÃa, democracia e escolhas; - e a disputa pelo poder, onde se observa a ausÃncia do estado na proteÃÃo da saÃde, a omissÃo da informaÃÃo pelo estado e pela empresa, a fragilidade das estruturas oficiais de controle do meio ambiente. E evidencia-se a forÃa e o protagonismo da comunidade no enfrentamento do problema, um exemplo de luta e resistÃncia.

ASSUNTO(S)

saude publica praguicidas pesticidas

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