AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA E FARMACOLÓGICA E FORMULAÇÃO TÓPICA DE GEL DENTAL DO EXTRATO AQUOSO DA HYPTIS PECTINATA L. POIT. / EVALUATION OF BIOLOGICAL AND PHARMACOLOGICAL ACTIVITY AND FORMULATION OF A TOPICAL GEL DENTAL OF AQUEOUS EXTRACT OF HYPTIS PECTINATA L. POIT.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

11/07/2012

RESUMO

A Hyptis pectinata L. Poit (Lamiaceae) é uma espécie aromática e em Sergipe ocorre naturalmente de forma selvagem. Este estudo avaliou a fitoquímica do extrato aquoso das folhas da H. pectinata (EAHP) através de métodos colorimétricos e CLAE (cromatografia liquida de alta eficiência) que detectou a presença de fenóis, taninos (condensados e catequinas), saponinas, alcalóides e triterpenos pentacíclicos livres. Também foram avaliadas as atividades antibacteriana, antioxidante e antinociceptiva do EAHP em modelos in vitro e in vivo, assim como foi avaliado o efeito antiinflamatório dos géis do EAHP a 5% e 10% na periodontite experimental em ratos, comparando com o gel de Doxiciclina 10% (controle positivo) e gel veículo (controle negativo). A atividade antibacteriana foi testada contra cepas de Citrobacter freuundii, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Streptococcus mutans pela técnica de difusão em ágar. O crescimento de todas as cepas bacterianas testadas foi inibido pelo EAHP, com diâmetro da zona de inibição variando de 15 a 36 mm e valores da concentração inibitória mínima variando de 12,5 a 1000 μg mL-1. Os resultados mostraram que o EAHP teve uma forte atividade antibacteriana contra bactérias Gram-positivas como Staphylococcus aureus (ATCC#25923) e Streptococcus mutans (ATCC#27923). O EAHP reduziu o radical DPPH em 72.1% com um EC50 de 14,56 μg/mL. Também inibiu 40,8% da lipoperoxidação induzida pelo AAPH no teste de TBARS, apresentando atividade contra radicais peróxido. A atividade antinociceptiva orofacial foi avaliada em camundongos pré-tratados com o EAHP (100, 200 e 400 mg/kg, v.o.) e morfina (5 mg/kg, i.p.), que recebeu depois formalina (20 μL, 2%), glutamato (40 μL, 25 mM) e capsaicina (20 μL, 2,5 μg) induzindo nocicepção orofacial. O EAHP em todas as doses reduziu significativamente (p<0,001) a resposta nociceptiva na primeira (43-62%) e segunda (47-80%) fases do teste da formalina. O efeito do EAHP (400 mg/kg) não mudou na presença da Naloxona (1,5 mg/kg, i.p.), um antagonista opióide. O EAHP inibiu significativamente a resposta nociceptiva pela capsaicina (23-69%, p <0,05) e glutamato (48-77%, p <0,001) em todas as doses. O presente estudo também analisou a relação existente entre a atividade de periodontite e alterações na massa corpórea e na estrutura óssea alveolar, após indução de Doença Periodontal Experimental (DPE) em ratos submetidos ou não a tratamento (TTO) com gel a base de EAHP a 5% e 10%, comparando seus efeitos com o gel de doxiciclina a 10%. Os géis foram desenvolvidos no laboratório de farmacotécnica da Universidade Federal de Sergipe e aplicados topicamente na região gengival imediatamente após a indução da DPE, três vezes ao dia durante 11 dias. A avaliação da destruição óssea foi determinada através do exame clínico, análise histopatológica e Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico das maxilas dos animais experimentais (n=36). A doença periodontal foi induzida através da colocação de ligaduras de fio de nylon 3.0, envolvendo o segundo molar superior de cada animal dos 5 grupos teste (n=30). Os animais do grupo controle não receberam ligaduras (n=6). Após 11 dias da indução de periodontite, a comparação intergrupos mostrou que todos os grupos que receberam ligadura (grupo II, III, IV, V e VI) apresentaram diminuição da massa corpórea, enquanto que o grupo Normal (Grupo I - sem DPE) teve seu peso corporal aumentado. Os resultados da Tomografia evidenciaram estrutura óssea saudável no grupo I (Normal) enquanto os grupos teste exibiram perda óssea em graus variados, com destaque para o grupo VI (Não-Tratado), no qual se observou exacerbação da doença. Os grupos tratados com gel de Sambacaitá a 5% (grupo II) e gel de Sambacaitá a 10% (grupo III) exibiram redução na reabsorção óssea quando comparados ao grupo que recebeu gel Doxiciclina a 10% (grupo V). A análise histopatológica do periodonto dos animais tratados com gel de Sambacaitá a 10% evidenciou maior preservação do periodonto de inserção, além de discreto infiltrado inflamatório gengival, semelhante ao grupo tratado com gel Doxiciclina 10%. De acordo com os resultados, pode-se concluir que o EAHP teve uma forte atividade antibacteriana contra bactérias Gram-positivas. O EAHP apresentou atividade antioxidante frente ao radical DPPH e contra radicais peróxido. O EAHP inibiu significativamente a resposta nociceptiva induzida pela formalina, capsaicina e glutamato em todas as doses testadas. A utilização de gel à base de EAHP a 10% foi capaz prevenir a perda de massa corpórea e reabsorção óssea na DPE com efeito similar ao da Doxiciclina a 10% (p<0,05).

ASSUNTO(S)

doença periodontal sambacaitá hyptis pectinata gel dental outros periodontal disease sambacaitá hyptis pectinata dental gel

Documentos Relacionados