Avaliação temporal de neuronios Fluoro-Jade B positivos na formação hipocampal de camundongos apos indicação do status epilepticus por pilocarpina

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Status epilepticus induzido pela pilocarpina (SEP) em roedores promove alterações neuropatológicas que levam à epileptogênese. No Modelo de Indução de Epilepsia pela Pilocarpina em camundongos, os efeitos do SEP têm sido menos estudados em camundongos do que em ratos. Nós analisamos o modelo temporal de injúria neuronal na formação hipocampal de camundongos depois do início do SEP utilizando Fluoro-Jade B e coloração de Nissl. Sessenta camundongos Swiss machos (30-45 g) foram utilizados. Metilnitrato de escopolamina (1 mg/Kg s.c.) foi administrado 30 minutos antes da pilocarpina. Status epilepticus (SE) foi induzido pelo hidrocloreto de pilocarpina (340 mg/Kg i.p.). Os grupos controles receberam doses equivalentes de NaCl 0,9 % no lugar do metilnitrato de escopolamina e da pilocarpina. A evolução do dano neuronal foi medida 3 h, 6 h, 12 h, 24 h, uma semana e três semanas após o início do SE. Os animais que exibiram crises convulsivas ininterruptas durante três horas desde o início do SE foram incluídos no grupo 3 horas. Nos outros grupos, somente foram incluídos camundongos que tiveram SE ininterrupto por no mínimo 6 horas. Fluoro-Jade B foi utilizado como um marcador específico para degeneração neuronal. Seções adjacentes foram coradas com violeta de cresila para determinar a distribuição das seções no eixo rostro-caudal e para a avaliação da perda neuronal das mesmas regiões avaliadas pelo uso de Fluoro-Jade B. A contagem de neurônios Fluoro-Jade B positivos (FJB+) foi realizada nas camadas piramidais CA1 e CA3 hipocampais e no hilo e camada granular do giro denteado. Os mais altos valores de neurônios FJB+ nas regiões CA1 e CA3 foram encontrados no grupo 1 semana após o início do SE quando comparado com todos os outros grupos, mostrando diferenças estatisticamente significativas em relação ao grupo 3 h após o início do SE e grupos 3 h e 6 horas após o início do SE, respectivamente. No hilo do giro denteado, o número de neurônios FJB+ encontrado foi significativamente maior no grupo 12 h após o início do SE quando comparado aos grupos 3 h e 3 semanas após o início do SE. Na camada granular do giro denteado, não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos com SE induzido. Os animais controle não apresentaram marcação para Fluoro-Jade B nos neurônios das mesmas regiões avaliadas. A perda neuronal avaliada pelo violeta de cresila foi realizada, utilizando uma escala em escores de 0 a 4 com intervalos decrescentes de 25 %, comparando-se o número de neurônios saudáveis nos grupos experimentais em relação aos seus respectivos controles. Os mais altos escores alcançados nas regiões CA1 e CA3 foram nos grupos 1 semana após o início do SE, mostrando escores 1 e 4, respectivamente. No hilo do giro denteado, todos os grupos experimentais apresentaram escore 4. Na camada granular do giro denteado, todos os grupos experimentais apresentaram escore 1, com exceção dos grupos 3 h e 12 horas após o início do SE, com escores 0 e 0,5 respectivamente. No presente modelo, a progressão temporal da morte neuronal, evidenciada pela contagem de neurônios Fluoro-Jade B positivos, é similar à observada em ratos. Além disso, nossos dados confirmam o fato de que os neurônios do hilo são mais suscetíveis à injúria excitotóxica produzida pelo SEP. Nossos resultados também reforçam a hipótese de que a propagação da crise convulsiva no SEP requer a ativação do sistema glutamatérgico. Em conclusão, este trabalho provê evidências de que o Modelo de Indução de Epilepsia pela Pilocarpina em camundongos é um modelo confiável e reproduzível para o estudo de eventos fisiopatológicos relacionados à epilepsia do lobo temporal

ASSUNTO(S)

epilepsia camundongo como animal de laboratorio

Documentos Relacionados