AVALIAÇÃO QUÍMICA DA RECUPERAÇÃO TEMPORAL DE UM AMBIENTE FLUVIAL IMPACTADO POR DESPEJOS DE ÁGUA PRODUZIDA: o caso do rio Japaratuba/Se. / EVALUATION OF CHEMICAL RECOVERY TIME OF A RIVER ENVIRONMENT IMPACTED BY EVICTIONS OF PRODUCED WATER: the case of rio Japaratuba/Se.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/07/2011

RESUMO

Na extração e produção do petróleo são gerados muitos efluentes e dentre eles encontra-se a água produzida, água extraída junto com o óleo, que se destaca pelo seu grande volume gerado. Nela estão presentes, dentre outros contaminantes, os metais traço. O rio Japaratuba era utilizado como corpo receptor desses efluentes gerados nos campos de produção de petróleo de Carmópolis-SE, durante muitos anos e estudos anteriores mostraram que os sedimentos estão contaminados por cobre, chumbo e zinco. O objetivo deste trabalho foi reavaliar as condições ambientais do rio Japaratuba, nas regiões que recebiam os descartes dos campos de exploração de petróleo após cinco anos de retirada destes despejos. As amostras dos sedimentos superficiais foram coletas ao longo do rio, nos mesmos pontos do estudo anterior. Foram determinadas concentrações parciais e totais dos metais Cu, Cd, Zn, Co, Al, Fe, Mn, Ba, V, Cr e Ni e em relação à abundância destes encontramos: Al >Fe >Ba >Mn >Zn >Cr >Pb ~ Cu >Ni >Co >V >Cd. As menores concentrações dos metais foram encontradas nos pontos P8 e P9 (próximos a foz) e as maiores concentrações para a maioria dos metais analisados, foram encontradas no ponto P3, uma das regiões mais afetadas pelos antigos despejos. Comparando as concentrações totais com o estudo feito anteriormente observou-se que nos pontos P3, P5, P6, P7 e P8 as concentrações de todos os metais permaneceram praticamente inalterada ou pouco aumentaram, mostrando que o ambiente ainda não está recuperado. Já para o ponto P4 notou-se um aumento de concentração para todos os metais que pode ser explicado por uma provável remobilização dos metais. O ferro foi escolhido como elemento normalizador por ter apresentado melhores correlações que o alumínio. A normalização dos resultados permitiu identificar que os sedimentos alterados por maior número de metais foram os relacionados ao ponto P1, no qual foram observadas concentrações anormais de Cu, Ba, Co, Ni, Pb e Al; seguido dos ponto P5 contaminado por Cu, Cd, Co, Cr e Mn e P6 alterado por Co, Ni, Pb e Zn. Já os pontos P4, P7, P8 e P9 não estão contaminados significativamente por nenhum dos metais analisados e o ponto P3 apesar de possuir as maiores concentrações dos metais está alterado apenas pelo Cr. Os menores valores de fator de enriquecimento foram encontrados nos pontos P8 e P9 e os maiores valores foram para os pontos P1, P3 e P4, os mais atingidos pelos antigos despejos de água produzida, evidenciando mais uma vez a não recuperação do ambiente. Os maiores valores percentuais de carbono orgânico e nitrogênio total foram encontrados nos pontos P3, P4 e P5, lugares onde justamente eram mais afetados pelos efluentes de água produzida. Os valores da razão entre carbono orgânico e nitrogênio total (Corg/Ntotal) para os sedimentos do rio Japaratuba variaram entre 17,29 a 21,63, exceto no ponto P1 (444,50), cujo valor foi muito superior ao encontrado nos outros pontos devido ao baixo percentual de Ntotal neste local. Os valores encontrados são superiores a relação de Redfield (6,6:1) o que sugere que nos sedimentos estudados a origem da matéria orgânica é predominantemente terrígena e fontes antrópicas são as mais prováveis, neste caso os despejos de água produzida.

ASSUNTO(S)

metais traço água produzida sedimento japaratuba quimica japaratuba sediment produced water trace metals

Documentos Relacionados