Avaliação oftalmológica e intervenção integrada em família com aniridia congênita em Alagoas, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras.oftalmol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-12

RESUMO

Resumo Objetivo: Descrever manifestações clínicas e fenotípicas e o prognóstico visual de uma família com aniridia congênita (AC). Métodos: Trata-se de estudo transversal envolvendo 31 indivíduos (56 olhos), de uma mesma família com fenótipo de AC residindo no município de Água Branca, no sertão do estado de Alagoas, região nordeste do Brasil. Foram analisadas variáveis clínicas e fenotípicas. Para a análise, foi utilizada a estatística descritiva (frequência absoluta e relativa e medidas de tendência central e de dispersão) e inferencial (testes de Shapiro-Wilk e t Student). Considerou-se o intervalo de confiança de 95% e a significância de 5%. Resultados: Dos 31 indivíduos, 18 (58,1%) eram do sexo masculino, com média de idade de 27,45±17,49, sem diferença entre os sexos. Dos 56 olhos avaliados, 26 eram olhos direitos e 30 olhos esquerdos: 61,3% (n=19) apresentavam aniridia bilateral total; 25,8% (n=8) referiam perda total de percepção da luz em ambos os olhos. As anormalidades oculares mais prevalentes foram o nistagmo (n=27; 87,09%), catarata (n=20; 64,5%), estrabismo 14 (45,2%), alterações opacidades ou vascularização corneanas (n=13; 41,93%) e ectopia lentis (n=6; 19,4%). Os 13 indivíduos submetidos à tomografia de coerência óptica (OCT) retiniana apresentavam perda da depressão foveal, redução da espessura macular e redução da acuidade visual. Nove indivíduos foram submetidos a cirurgia de facoemulsificação. Conclusão: O estudo mostrou ampla variação fenotípica entre os indivíduos estudados, com pobre prognóstico visual. O estudo destaca a necessidade de estabelecer mecanismos de cuidado integral para as famílias com a doença.

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