Avaliação morfológica-funcional da recuperação do endométrio eqüino através da infusão de neutrófilos imunocompetentes criopreservados baseado em um modelo experimental definido. / Morphological and functional recuperation from the equine endometrium through the infusion of frozen immunocompetent neutrophils

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A endometrite é uma importante causa de subfertilidade na égua. Infecções uterinas repetidas ou persistentes poderiam levar ao desenvolvimento de fibrose periglandular. Os objetivos deste trabalho foram avaliar se os processos degenerativos do endométrio são influenciados por infecções bacterianas experimentais sucessivas; realizar uma avaliação histopatológica das biópsias endometriais para documentar os efeitos de diferentes tratamentos sobre o endométrio após infecções experimentais. Foram utilizadas vinte éguas resistentes, com histórico reprodutivo desconhecido, e cinco éguas susceptíveis, com histórico de endometrites recorrentes e subfertilidade. As vinte e cinco éguas foram classificadas nos seguintes grupos, de acordo com o grau de endometrite e endometrose: GI (n=4), GIIA (n=10), GIIB (n=8) e GIII (n=3). Após o primeiro exame histopatológico (amostra pré-infecção), as éguas foram sincronizadas com prostaglandina. Na fase estral, as éguas foram infectadas com 1 x 109 Streptococcus equi subsp. zooepidemicus. Constatada a presença de sinais clínicos de endometrite, os grupos de éguas foram distribuídos entre cinco diferentes tratamentos: leucócitos frescos, leucócitos congelados, leucócitos lisados, Interleucina-8 (Il-8) e grupo controle.As éguas foram tratadas diariamente, por, no máximo, quatro dias, ou até que o exame bacteriológico não evidenciasse o crescimento de Streptococcus. No quinto dia, as éguas eram submetidas a novo exame histopatológico (amostra pós-infecção) e no sétimo dia, todas as éguas eram tratadas com penicilina, independentemente de terem eliminado a infecção ou não. Sete dias após, as éguas eram novamente submetidas a exame histopatológico e sincronizadaspara realizar uma nova infecção e novo tratamento. As biópsias foram avaliadas quanto à endometrose e endometrite. Não se observaram diferenças significativas entre os graus de endometrose observados antes e no quinto dia após as cinco infecções experimentais. Da mesma forma, não foram observadas variações no grau de endometrose entre as biópsias realizadas antes das infecções, bem como entre as biópsias coletadas no quinto dia após a infecção. Não houve influência dos tratamentos sobre os graus de endometrose durante as 5 infecções experimentais. Entretanto, verificou-se variação significativa entre as diferentes éguas no grau de endometrose das biópsias uterinas coletadas antes e após a infecção experimental. Observou-se, nas éguas resistentes, neutrofilia e eosinofilia significativas nas biópsias do 5º dia pós-infecção, quando comparadas com as biópsias pré-infecção. Nas éguas susceptíveis, somente foi detectada eosinofilia, não se observando aumento do número de neutrófilos. Não houve aumento do número de linfócitos e plasmócitos nas biópsias pós-infecção, quando comparadas às pré- infecção, nas éguas susceptíveis e resistentes. Os tratamentos não influenciaram, nas éguas resistentes e susceptíveis, a migração de neutrófilos no quinto dia, quando comparada com a observada antes da infecção. Conclui-se que infecções experimentais sucessivas durante 13 meses não influenciaram o grau médio de endometrose, apesar da variabilidade ocorrida entre as éguas. Esta variação provavelmente se deva a uma baixa representatividade de uma única amostra de biópsia na avaliação somente do grau de degeneração endometrial. Conclui-se, também, que éguas susceptíveis à endometrite, com presença de Streptococcus no útero, não apresentam neutrofilia cinco dias após a infecção. Provavelmente, o menor tempo de eliminação bacteriana observada nos tratamentos com leucócitos frescos e congelados deva-se a outros fatores que não o efeito quimioatraente leucocitário.

ASSUNTO(S)

mare endométrio reproducao animal : equinos endometrosis endometritis experimental infection endometrial biopsy

Documentos Relacionados