Avaliação em ambulatório do estado nutricional em pacientes com cirrose hepática
AUTOR(ES)
Carvalho, Luciana, Parise, Edison Roberto
FONTE
Arquivos de Gastroenterologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006-12
RESUMO
RACIONAL: A desnutrição calórica e protéica é achado freqüente em pacientes com doença hepática. Poucas investigações da desnutrição calórica e protéica têm sido realizadas em pacientes atendidos em ambulatório OBJETIVO: Avaliar o estado nutricional de pacientes com cirrose hepática (alcoolistas e não-alcoolistas), atendidos na primeira consulta em ambulatório de referência para doenças hepáticas. PACIENTES E MÉTODOS: Trezentos pacientes consecutivamente atendidos pela primeira vez em ambulatório de doenças hepáticas foram incluídos neste estudo. Os mesmos foram submetidos a avaliação nutricional que constou de antropometria: dobra cutânea do tríceps, circunferência do braço e circunferência muscular do braço, e bioquímica: índice creatinina/altura, albumina sérica e contagem total de linfócitos. O diagnóstico do estado nutricional foi baseado pelo escore de desnutrição calórica e protéica proposto por Mendenhall e colaboradores e a ingestão alimentar por recordatório de 24 h RESULTADOS: Setenta e um porcento dos pacientes cirróticos estudados foram de causa alcoólica e 29% não-alcoólica. Independentemente da causa, a prevalência de desnutrição calórica e protéica foi de 75,3%, sendo que 38.3% deles já a apresentavam moderada e grave. Os pacientes com desnutrição calórica e protéica moderada e grave apresentavam pior ingestão de proteína e energia. A prevalência de moderada e grave foi mais elevada nos pacientes classificados como Child-Pugh C do que nos pacientes classificados como Child-Pugh A (21% x 58%, respectivamente). Em função das variáveis sexo e causa, as reservas de gordura, avaliadas pela dobra cutânea do tríceps, estiveram mais depletadas em mulheres cirróticas que nos homens cirróticos (48,6% x 26,6%). Já as reservas musculares, avaliadas por circunferência muscular do braço, estiveram mais depletadas em homens cirróticos (43,4% x 13,4%), independentemente da causa da cirrose. Em contraste, mulheres cirróticas alcoólicas apresentaram maior redução de circunferência muscular do braço que nas mulheres não-alcoólicas (20% x 9,1%) CONCLUSÕES: Os pacientes cirróticos já apresentavam elevada prevalência de desnutrição calórica e protéica na primeira consulta em ambulatório, principalmente nos pacientes com piora da função hepática. A variável sexo é outro aspecto que deve ser enfocado pois influenciou aspectos antropométricos (circunferência muscular do braço e dobra cutânea do tríceps) nesses pacientes.
ASSUNTO(S)
estado nutricional cirrose hepática pacientes ambulatoriais
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