Avaliação dos marcadores da resposta inflamatoria aguda em cães / Evaluation of acute inflammatory response markers in dogs

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Introdução: A leucocitose e a presença de hipertermia são os indicadores primários de inflamação/infecção sistêmica na maioria das espécies animais. Em cães as alterações leucocitárias podem ser evidenciadas em 72 horas, enquanto a elevação sérica das proteínas de fase aguda e a velocidade de hemossedimentação ocorrem mais precocemente sendo úteis na monitorização do processo inflamatório/infeccioso. A interleucina-6 é o principal regulador da resposta inflamatória, ocasionando o aumento da síntese hepática das proteínas de fase aguda, como a proteína C reativa e o fibrinogênio. A elevação da velocidade de hemossedimentação, por sua vez, é conseqüente ao aumento das proteínas de fase aguda. O diagnóstico da inflamação/infecção em cães é realizado por meio de técnicas manuais, carentes de precisão e padronização na maioria dos laboratórios veterinários. O objetivo desse estudo foi a investigação de parâmetros e métodos laboratoriais, que possam auxiliar no diagnóstico e monitoramento do processo inflamatório/infeccioso em cães. A avaliação e padronização de tais parâmetros poderão contribuir para o esclarecimento diagnóstico com maior precisão e em um menor intervalo de tempo e poderão ser incluídos na rotina laboratorial veterinária. Materiais e métodos: Foram estudados 117 cães adultos de diferentes raças divididos inicialmente em dois grupos: controle (n=31) e inflamatório/infeccioso (n=86). Posteriormente, os animais doentes foram subdivididos em: inflamatório (n=29) e infeccioso (n=57). O leucograma foi obtido em contador automatizado e a contagem diferencial de leucócitos realizada em esfregaços de sangue corados com May-Grünwald- Giemsa. Os valores de fibrinogênio e velocidade de hemossedimentação foram determinados por métodos automatizados, a proteína C reativa e a interleucina-6 usando kit de ELISA comercial espécie-específicos. Resultados: A velocidade de hemossedimentação automatizada foi o melhor marcador do processo inflamatório/infeccioso, seguida da proteína C reativa. Apresentaram positividade em 82,56% e 65,12% dos casos, respectivamente. Os demais marcadores foram positivos em menos de 50% dos animais. Quando os animais doentes foram subdivididos, o grupo com inflamação apresentou maior freqüência de positividade do que o grupo infeccioso. A concentração de hemoglobina e o número de plaquetas foram superiores no grupo controle, enquanto a contagem total de leucócitos, número de basófilos e presença de desvio à esquerda apresentaram valores elevados no grupo de animais doentes. Níveis superiores de velocidade de hemossedimentação, proteína C reativa e interleucina-6 foram observados no grupo com inflamação/infecção quando comparados aos controles. Quando subdivididos, no grupo de animais com processo inflamatório os níveis de fibrinogênio e proteína C reativa foram superiores aos do grupo infeccioso, enquanto os valores de velocidade de hemossedimentação e interleucina-6 foram semelhantes. Conclusões: A determinação da velocidade de hemossedimentação apresentou a melhor acurácia na detecção do processo inflamatório/infeccioso. Na análise global os níveis de interleucina-6, proteína C reativa e fibrinogênio foram superiores no grupo inflamatório/infeccioso, mas mostraram eficácia limitada na detecção individual de cães doentes. Cães com processo inflamatório mostraram uma resposta mais exacerbada tanto nas determinações sorológicas/plasmáticas como nos parâmetros hematológicos do que os cães com processo predominantemente infeccioso

ASSUNTO(S)

proteina c-reativa acute-phase reaction interleucina-6 inflammation interleukin-6 cão como animal de laboratorio c-reactive protein inflamação dog as a laboratory animals reação de fase aguda

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