Avaliação dos fatores de risco para aterotrombose em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica em oxigenoterapia
AUTOR(ES)
Ricardo Luiz Diniz dos Santos
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
O presente estudo investigou a frequência dos principais fatores de risco para aterotrombose em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) em oxigenoterapia em ambos os sexos. A amostra foi constituída por 62 indivíduos, 28 homens e 34 mulheres, com idade média de 71,8 8,7 anos, todos integrantes do Programa de Assistência Domiciliar do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. A DPOC foi diagnosticada quando havia sinais e sintomas clínicos com alteração na espirometria [(Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo pela Capacidade Vital Forçada (VEF1/CVF) ≤ 0.7 pós broncodilatador (BD)]. Todos os indivíduos recebiam tratamento regular com corticóide inalatório, Tiotrópio e ß-2 agonista de longa duração. Foram avaliados os seguintes fatores de risco para aterotrombose: composição corporal [(peso corporal, Índice de Massa Corpórea (IMC) e Índice Cintura Quadril (ICQ)], glicemia de jejum, perfil lipídico plasmático [(Colesterol Total (CT), HDL-Colesterol (HDL-C) e triglicérides (TG)], tabagismo e carga tabágica, sedentarismo, pressão arterial sistêmica de repouso, Proteína C reativa ultra-sensível (PCRus), volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), frequência cardíaca de repouso (FC), hipoxemia e cálculo do Escore de Risco de Framingham (ERF). Para análise estatística foram utilizados os programas SPSS 13.0 for Windows e BioEstat 5.0. Foram feitas comparações de médias utilizando-se o teste T e o teste U de Mann-Whitney, adotando-se, como significantes, valores de p <0,05. Ao final da avaliação foi observado que todos os indivíduos eram sedentários, a taxa de diabete melito tipo 2 (DM2) foi 11,3%, a taxa de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) foi 41,9% e 19,4% dos indivíduos fumavam ativamente. A FC média foi 82,8 13,9 bpm; a pressão parcial de oxigênio no sangue (PO2) média encontrada era 48,4 8,8 mmHg; o VEF1 médio foi 35 15%; a mediana do PCRus encontrada foi 6,5 13,6 mg/l. A média de peso (kg) foi 59,3 15,3 com IMC de 24,4 5,5 e ICQ de 1,0 0,1. O ERF em média foi baixo na população estudada, provavelmente por correção da hipoxemia proporcionada pela oxigenoterapia e pelo adequado tratamento da DPOC. Os valores séricos elevados de TG, CT, LDL-C e glicose de jejum, e presença de níveis altos da pressão arterial sistêmica e tabagismo estavam igualmente distribuídos em ambos os sexos. Níveis séricos de HDL-C foram significantemente mais baixos no homem. As variáveis como PCRus, FC e PO2 também estavam igualmente distribuídas entre homens e mulheres, exceto quanto ao VEF1, mais baixo nos homens. Os homens apresentaram ERF mais elevado (maior risco para IAM ou morte em 10 anos) e a redução do HDL-C em homens contribuiu de forma determinante para este achado. O VEF1 reduzido, PCR aumentada e hipoxemia foram características encontradas em toda a amostra estudada e estes itens estão incluídos nos fatores de risco para aterotrombose.
ASSUNTO(S)
dpoc oxigenoterapia ciencias da saude trombose enfisema pulmonar oxigenoterapia atherothrombosis oxygen therapy aterotrombose
ACESSO AO ARTIGO
http://www.bdtd.ufu.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3193Documentos Relacionados
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