Avaliação dos efeitos da cisplatina com e sem uso de antioxidantes sobre a espermatogenese de ratos adultos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

INTRODUÇÃO: A cisplatina é uma droga amplamente utilizada no tratamento do câncer e seu efeito antineoplásico deve-se à habilidade de inibir a síntese de ácido desoxirribonucléico (DNA). O grau de lesão testicular induzido por este quimioterápico é variável, podendo afetar tanto o epitélio seminífero como as estruturas do tecido intertubular. Sabe-se ainda, que a cisplatina induz à queda dos níveis de antioxidantes séricos, que pode resultar em falência do mecanismo de defesa contra a lesão oxidativa ocorrida. OBJETIVO: Verificar os efeitos da administração isolada da cisplatina ou associada a superóxido de dismutase (SOD) e catalase na quantificação da produção espermática através de contagens das células da linhagem espermatogênica e das reservas espermáticas testicular e epididimária, e nas proporções volumétricas dos componentes testiculares de ratos adultos. MATERIAL E MÉTODOS: Vinte e quatro ratos Wistar adultos foram divididos casualmente em três grupos: Grupo I - Controle: submetidos à injeção intraperitoneal (IP) de soro fisiológico (SF) a 0,9% e também, através da veia femoral (n = 8); Grupo II: submetidos à injeção IP de cisplatina na dose de 4 mg/kg de peso corporal e a SF 0,9%, através da veia femoral (n = 8) e Grupo III: submetidos à injeção IP de cisplatina na mesma dose e a SOD + catalase, na dose de 2,5 mg/ml cada, através da veia femoral (n = 8). Todos os animais foram sacrificados 13 dias após injeção intraperitoneal. RESULTADOS: O tratamento com cisplatina com ou sem uso de antioxidantes não afetou os seguintes parâmetros: (1) pesos testicular, epididimário e das glândulas anexas; (2) número de células da linhagem espermatogênica assim como nas razões destas células com as células de Sertoli; (3) reservas espermáticas testicular e epididimária totais ou por grama de parênquima; e (4) diâmetro nuclear/nucleolar médio das espermatogônias, espermatócitos primários em preleptóteno, em paquíteno e das células de Sertoli. Entretanto, o tratamento afetou significativamente os seguintes parâmetros: (1) peso corporal de ratos tratados com cisplatina e cisplatina + antioxidantes reduzidos; (2) proporção volumétrica que se mostrou diminuída no epitélio seminífero testicular nos animais tratados com cisplatina sugestivo de possível proteção pelos antioxidantes; (3) percentual da túnica própria dos testículos de ratos tratados com cisplatina + antioxidantes que se mostrou aumentado em relação aos tratados com cisplatina; (4) percentual do estroma testicular dos animais tratados com cisplatina aumentado em relação aos tratados com cisplatina + antioxidantes; (5) percentual de núcleos das células de Leydig dos testículos de ratos tratados com cisplatina e cisplatina + antioxidantes que se evidenciou reduzido; e (6) diâmetro nuclear médio de espermátides arredondadas nos animais tratados com cisplatina e cisplatina + antioxidantes que se mostrou reduzido. CONCLUSÕES: a proporção volumétrica dos componentes testiculares, principalmente o epitélio seminífero, foi o parâmetro mais afetado pela cisplatina, sendo este efeito redutor minimizado pelo uso de antioxidantes

ASSUNTO(S)

quimioterapia antioxidantes cisplatino (patologia) espermatogenese

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