Avaliação dos efeitos da cirurgia de citorredução e quimio-hipertermia intraperitoneal no tratamento de 40 mulheres com carcinoma epitelial avançado ou recidivado do ovario

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Objetivos: Avaliar a sobrevida, morbidade, toxicidade, mortalidade e fatores prognósticos em mulheres com carcinoma epitelial avançado e/ou recidivado do ovário, tratadas com a terapia combinada de cirurgia de citorredução (CCR) e quimio-hipertermia intraperitoneal (QHIP). Métodos: Quarenta mulheres portadoras de carcinoma epitelial avançado e/ou recidivado do ovário foram operadas no Istituto Nazionale per lo Studio e la Cura dei Tumori de Milão no período de março de 1995 a novembro de 2004. A mediana de idade foi de 53 anos (mínmáx: 30-68) e a média de tempo de seguimento de 28,3 meses (mín-máx: 0,3- 117,6). Oitenta e três porcento das mulheres apresentavam performance status pré-operatória (OMS) de 0; 93% das mulheres apresentavam doença avançada (estádio III ou IV). Todas haviam sido submetidas previamente a quimioterapias sistêmicas através de derivados da platina, do paclitaxel, ou combinações contendo ambas as drogas. Todas as mulheres foram submetidas a CCR com uma ou mais das seguintes etapas de cirúrgicas, de acordo com a extensão tumoral: 1) omentectomia, peritonectomia parietal direita e colectomia direita; 2) peritonectomia subdiafragmática esquerda, esplenectomia e peritonectomia parietal esquerda; 3) peritonectomia subdiafragmática direita e ressecção da cápsula de Glisson; 4) omentectomia menor, dissecção do ligamento hepato-duodenal, colecistectomia, ressecção da bolsa omental e do antro gástrico; 5) peritonectomia pélvica, ressecção do cólon sigmóide, histerectomia total com salpingo-ooforectomia bilateral; 6) ressecção de segmentos intestinais e de massas tumorais. A seguir, elas foram submetidas a QHIP com a técnica de abdome fechado. Quatro catéteres (dois de entrada e dois de saída) foram inseridos na cavidade abdomino-pélvica, respectivamente nos espaços subdiafragmáticos direito e esquerdo, pélvicos profunda e superficial. A seguir, a cavidade foi fechada temporariamente com sutura de pele contínua. Os catéteres foram conectados com um circuito e um aparelho de circulação extracorpórea (Performer LRT®, RAND, Medolla [MO], Italy). Os esquemas de fármacos utilizados foram: Cisplatina (CDDP-25mg/m2/l) + Mitomicina C (MMC-3.3 mg/m2/l) ou Cisplatina (CDDP-43mg/l de líquido carreador) + Doxorrubicina (Dx-15.25mg/l de líquido de carreador). As drogas foram diluídas em um líquido carreador (Priming) que, por sua vez, foi infundido na cavidade abdomino-pélvica através de um fluxo médio de 600ml/min, durante 60 minutos a 90 minutos (confome o esquema da droga). A temperatura intraperitoneal foi mantida em 42,5°C durante a perfusão. Resultados: Depois da CCR, 33 mulheres apresentaram tumor residual microscópico. A sobrevida global em cinco anos foi de 15%. As medianas das sobrevidas global e livre de progressão da doença foram de 32 meses (Intervalo de confiança 95%: 22 a 41) e 11 meses (Intervalo de confiança 95%: 8 a 13), respectivamente. As taxas de morbidade, toxicidade e mortalidade foram de 5%, 15% e 0%, respectivamente. Variáveis que influenciaram a sobrevida foram tumor residual, extensão da carcinomatose peritoneal e performance status préoperatóro. Conclusão: as medianas das sobrevidas global e livre de progressão da doença foram de 32 e 11 meses, respectivamente. As taxas de morbidade, toxicidade e mortalidade foram aceitáveis. Mulheres com uma boa performance status pré-operatória, limitada extensão da carcinomatose peritoneal e tumor residual microscópico foram as melhores candidatas a este procedimento

ASSUNTO(S)

procedimentos cirurgicos operatorios cancer - quimioterapia hipertermia induzida neoplasias ovarianas quimioterapia carcinoma perfusão isolada (fisiologia)

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