Avaliação do uso inadequado de antirretrovirais no tratamento de pacientes com HIV/AIDS

AUTOR(ES)
FONTE

Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-04

RESUMO

INTRODUÇÃO: A partir do surgimento da terapia antirretroviral, o paciente soropositivo teve sua sobrevida aumentada. A não adesão a essa terapia está relacionada diretamente à falência terapêutica, a qual propicia o aparecimento de cepas virais mais resistentes. MÉTODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo e descritivo dos registros de dispensação de antirretrovirais de 229 pacientes do Centro de Atenção à Saúde do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora, no período de janeiro a dezembro de 2009. RESULTADOS: Tal estudo teve por objetivo avaliar a adesão do paciente ao tratamento e se houve associação entre a não adesão e a terapêutica. Desses pacientes, 63,8% eram do sexo masculino e apresentavam idade média de 44,0 ± 9,9 anos. Foram realizados 28 esquemas terapêuticos diferentes. Dentre esses, os mais utilizados foram aqueles que combinavam 2 inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos/nucleotídeos com 1 inibidor da transcriptase reversa não análogo de nucleosídeo (55,5%) ou com 2 inibidores de protease (28,8%). Foi verificado que os pacientes em uso de lopinavir/ritonavir ou atazanavir associados à zidovudina e lamivudina apresentaram maiores frequências de tratamento considerado inadequado (85% e 83,3%, respectivamente). Além disso, quando a combinação zidovudina/lamivudina esteve presente no esquema medicamentoso, os pacientes aderiram menos ao tratamento (χ2 = 4,468; grau de liberdade = 1; p = 0,035). CONCLUSÕES: A maioria dos pacientes realizava tratamento considerado inadequado. Portanto, é necessário implementar estratégias que conduzam à melhoria da adesão ao tratamento, a fim de garantir eficácia terapêutica e aumento da sobrevida do paciente.

ASSUNTO(S)

síndrome da imunodeficiência adquirida adesão à medicação agentes antirretrovirais

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