Avaliação do tamanho, forma e movimentação segmentar da cavidade ventricular esquerda em pacientes com cardiopatia chagasica cronica, pela cineangiocardiografia

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1983

RESUMO

Por meio de cineventriculografia esquerda em posição oblíqua anterior direita (OAD) a 30º, foram avaliados o tamanho, forma e movimentação regional do ventrículo esquerdo (VE) de um grupo de 15 pacientes chagásicos cronicos sintomáticos (Grupo Chagásico) e de um grupo de 11 indivíduos submetidos a estudo hemodinâmico e angiocaroiografia por suspeita de doença cardíaca, mas cujos resultados foram normais (Grupo Controle). Os parâmetros analisados foram: volume diastólico final (VDF), volume sistólico final (VSF), fração de ejeção (FE), excentricidade, sentido das curvaturas dos contornos das silhuetas, percentagem de encurtamento segmentar ao longo da sistole, a cada 31 ms, velocidade média (normalizada) de encurtamento segmentar (VME), sequência de encurtamento segmentar, volume e forma das regiões apicais acineticas e discinéticas. Foram também correlacionados os sintomas dos pacientes, eletrocaroiograma (ECG), RX de área cardiaca e pressoes do VE e da Aorta. Para o estudo da movimentação regional foi idealizado um novo método, cujos pontos principais foram: 1) suposição de que o ápex anatômico permanece praticamente fixo durante a sístole; 2) divisão das silhuetas por eixos longitudinais ligando a base (região mitro-aórtica) e a extremidade apical angiografica, e por 6 cordas ou eixos transversais; 3) Correção de movimentos de rotação do eixo longitudinal; 4) análise da movimentação da base e do ápex pela variação de suas distâncias (hemieixos longitudinais) ao ponto médio do eixo longitudinal - o encurtamento do hemieixo apical foi interpretado como obliteração da concha apical e o encurtamento da base como encurtamento longitudinal de todo o ventrículo, exceto quando houve movimentos discinéticos apicais; 5) divisão das 6 cordas transversais, em diástole, em hemieixos superior e inferior; 6) avaliação da percentagem de encurtamento no sentido transversal pela relação entre excursão transversal de cada segmento e seu respectivo hemieixo diastólico. Demonstrou-se que este procedimento é independente de movimentos de translação da câmara.Formulou-se a concepçao de que durante a sistole há movimento de encurtamento longitudinal do VE em direção ao seu centro, concomitante com movimento de translação de toda a câmara no sentido apical. No Grupo Controle o VDF variou de 75 a 98 ml/m2 de área de superfície corporal (ASC), a FE de 63 a 80%, a pressão sistólicarnâxima (PSM) de 103 a 140 mmHg e a pressão diastólica final (PDF) de 7 a 12 mmHg. Não houve correlação entre VDF e FE ou entre VDF e PDF. No Grupo Chagásico, o VDF variou de 77 a 288 ml/ m2 ASC, a FE de 20 a 71% e a PDF de 9 a 34 mmHg. Houve forte correlação inversa entre VDF e FE indicando que na doença de Chagas a dilatação do VE reflete urna redução do desempenho miocárdico, exceto em casos de adaptação a outros fatores como bradicardia. O Grupo Chagásico foi subdividido segundo a FE em três subgrupos: Grupo I com FE dentro da faixa encontrada no Grupo Controle, Grupo II com FE menor que o limite inferior do Grupo Controle e maior que 50%, e Grupo III com FE menor que 50%. Houve uma correlação entre estes grupos e intensidade dos sintomas de insuficiência cardÍaca (IC). Houve urna associação entre valores altos de PDF com valores altos de VDF, e moderada dispersão dos valores para VDF menores: assim, no Grupo I foram observados casos com PDF alta e volurnes normais ou pouco aumentados. Admitiu-se que nestes ca sos houve urna diminuição da complacência da câmara...Observação: O resumo, na íntegra, poderá ser visualizado no texto completo da tese digital

ASSUNTO(S)

coração - ventriculos doença de chagas cardiopatias

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