Avaliação do potencial embriotóxico do Tacrolimus (Fk506) administrado a ratas Wistar

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O tacrolimus é um antibiótico macrolídeo com ação imunossupressora, atuando como inibidor de calcineurina, que vem sendo utilizado como droga base na maioria dos transplantes para evitar rejeição. Com o êxito dos transplantes, decorrente principalmente do uso de imunossupressores, houve uma melhora na qualidade de vida das pacientes transplantadas. Esta melhora levou ao aumento do número de gestações, mesmo sob o uso contínuo de imunossupressores. Sabe-se que os imunossupressores atravessam a placenta podendo levar a alterações no desenvolvimento do embrião. Segundo a literatura, foram observados desvios da normalidade, como perda de peso, em recém nascidos de mães que utilizavam o tacrolimus. Entretanto, pouco se sabe sobre a sua atuação no período de préimplantação do blastocisto, sendo o objetivo deste trabalho verificar se o tacrolimus interfere no desenvolvimento do embrião de rata, durante seu trânsito tubário e na fase de implantação do blastocisto. Ratas Wistar prenhes foram distribuídas aleatoriamente nos grupos controles C1 e C2 e tratados T1, T2, T3 e T4, T5 e T6. Controle 1 e Tratados 1, 2 e 3 receberam água destilada e 1, 2 e 4 mg/kg/dia de Tacrolimus respectivamente por via intragástrica do primeiro ao quinto dia de prenhez (período de trânsito tubário) e os grupos Controle 2 e Tratados 4, 5 e 6 receberam água destilada e 1, 2 e 4 mg/kg/dia de tacrolimus , respectivamente, por via intragástrica, do quinto ao sétimo dia (período de implantação). O acompanhamento de sinais clínicos maternos possibilitou a análise de efeitos tóxicos sobre a mãe durante o período de gestação. No 150 dia, foi coletado sangue para avaliação de parâmetros bioquímicos e hematológicos, em seguida os animais foram eutanasiados. Ovários, fígado e rim foram pesados e os corpos lúteos contados. Foram identificados fetos vivos, reabsorções e fetos mortos. Fetos e placentas foram pesados. Não foram encontrados indícios clínicos de toxicidade materna. No período de trânsito tubário não foram observadas alterações significativas no peso corporal, consumo de ração e parâmetros hematológicos das mães. Na análise bioquímica, o grupo da dose de 4 mg/kg/dia apresentou aumento na concentração de colesterol, de TGO e de uréia. No grupo com dose de 2mg/kg/dia ocorreu redução de creatinina e no grupo T1 houve uma redução de TGO. No período de implantação do blastocisto, não foram observadas variações no peso corporal entre os grupos analisados. Foi observada uma diminuição no consumo de ração, durante o período de tratamento, que foi restabelecido com o término deste, apresentando um aumento gradativo do consumo até o final do experimento. O tacrolimus na concentração de 4mg/Kg/dia apresentou consumo médio superior aos demais grupos. Os parâmetros hematológicos não apresentaram alterações significativas. Os parâmetros bioquímicos não apresentaram alterações relevantes entre os grupos experimentais, exceto os referentes à TGO, que apresentou uma diminuição no grupo T6. Nos estudos realizados no período de trânsito tubário e no de implantação, observando-se o peso corporal materno corrigido, os pesos de fígado e rins maternos, peso de ovários, número de corpos lúteos, fetos vivos e mortos, reabsorções, peso de ninhada e perdas pré e pós-implantação, não foram encontradas diferenças significativas. Ocorreu aumento no peso placentário dos animais tratados com tacrolimus na concentração de 4mg/Kg/dia e no grupo tratado com a concentração de 1mg/Kg/dia, diminuição do número de implantes. Os fetos em ambos os experimentos não apresentaram malformações externas. Concluiu-se que no modelo experimental utilizado não foi evidenciado potencial embriotóxico do tacrolimus na fase de trânsito tubário e na implantação, quando administrado a ratas

ASSUNTO(S)

tacrolimus embriotoxicidade gravidez pregnancy implantation ciencias da saude implantação tacrolimus rato toxicity immunosuppressor embryo rat imunossupressor

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