Avaliação do estado nutricional, tolerância ao exercício e desempenho muscular em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada por uma inflamação anormal dos pulmões em resposta à inalação de partículas e/ou gases tóxicos, especialmente a fumaça de cigarro. Tem sido considerada uma doença sistêmica por desencadear diversas manifestações no organismo que incluem a depleção nutricional e a disfunção dos músculos esqueléticos contribuindo para a intolerância ao exercício. O objetivo deste estudo foi avaliar a tolerância ao exercício e o desempenho da musculatura respiratória e periférica e correlacioná-los com o estado nutricional e volume expiratório forçado no 1 segundo (VEF1). Métodos: Foram avaliados 12 pacientes do sexo masculino com DPOC moderada a grave (70 7 anos, VEF1 de 52 17 % previsto, IMC de 23 4 kg/m2) e 7 indivíduos saudáveis (69 8 anos, VEF1 de 127 12% previsto, IMC de 27 3 kg/m2). Todos os sujeitos realizaram análise da composição corporal pela bioimpedância, medida da força muscular respiratória (PImax e PEmax) por manovacuometria, teste de exercício cardiorrespiratório (TECR) incremental em cicloergômetro, avaliação da força de membros superiores em aparelho do tipo hand-grip, medida do pico de torque a 60/s e trabalho total do quadríceps femoral a 150/s através de contrações concêntricas utilizando protocolo recíproco. Resultados: Os pacientes com DPOC tiveram valores reduzidos do índice de massa magra corpórea (IMMC) (18 1 versus 21 1 kg/m2, p≤0,05), da carga máxima atingida no TECR (60 20 versus 102 18 watts, p≤0,01), da PImax (58 19 versus 87 21 cmH2O, p≤0,05), da força de membro superior (38 6 versus 47 5 kg, p≤0,05), do pico de torque (103 21 versus 138 18 N.m, p≤0,05) e do trabalho total do quadríceps femoral (1570 395 versus 2333 568 J, p≤0,05) quando comparado vii com o grupo controle (teste t-Student não-pareado). Não houve correlação entre VEF1 e as variáveis estudadas, o IMMC correlacionou-se com o trabalho total do quadríceps (Pearson, r = 0,6290, p≤0,05). Conclusão: Estes resultados indicam que os pacientes com DPOC apresentam fraqueza muscular inspiratória e periférica e uma menor capacidade ao exercício comparado com o grupo saudável e sugerem que a obstrução ao fluxo aéreo não é um bom preditor para quantificar as debilidades nutricionais e musculares dos pacientes com DPOC.

ASSUNTO(S)

exercise intolerance copd fisioterapia respiratória muscle performance dpoc (doença pulmonar obstrutiva crônica) fisioterapia e terapia ocupacional sistema musculosquelético estado nutricional

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