Avaliação do emprego da haste femoral curta na fratura trocantérica instável do fêmur

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Ortopedia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-09

RESUMO

OBJETIVO: Identificar a taxa de consolidação da fratura trocantérica instável submetida a osteossíntese com haste femoral curta (PFN® - AO/ASIF), em pacientes operados entre novembro de 1999 e março de 2004. MÉTODOS: Foram analisados 45 pacientes com idades entre 60 e 93 anos, portadores de fratura trocantérica instável do fêmur, submetidos à osteossíntese com PFN® curto, mediante redução indireta em mesa de tração e auxílio de radioscopia. As fraturas foram classificadas de acordo com a classificação AO/OTA. A qualidade óssea foi avaliada através do índice de Singh, na rotina radiográfica pré-operatória. A qualidade da redução obtida e o posicionamento do implante foram avaliados pela radiografia pós-operatória em ântero-posterior e perfil do fêmur proximal, com análise do ângulo cervicodiafisário e a distância entre a ponta do parafuso deslizante e o centro da cabeça femoral, o chamado tip apex distance (TAD). RESULTADOS: A média de idade dos pacientes estudados foi de 80,8 anos (60-93). O sexo feminino foi predominante, com 37 casos (82,2%). O lado direito foi acometido em 22 casos (48,89%) e o esquerdo em 23 (51,1%). Todas as fraturas eram instáveis, sendo 22 do tipo 31A2 (48,8%) e 23 do tipo 31A3 (51,1%). O tempo médio de utilização da radioscopia foi de 102,4 segundos (61-185). A diferença entre o tempo de radioscopia para a redução e fixação dos dois grupos de fraturas estudados não foi significativa (p = 0,62). Com relação à qualidade óssea, 82,2% dos pacientes apresentavam índice de Singh menor que IV, caracterizando perda da arquitetura óssea normal. Quanto à consolidação da fratura, 44 casos evoluíram com êxito com tempo médio de 3,2 meses, variando entre dois e sete meses. Em sete casos ocorreu a necessidade de novo procedimento cirúrgico, sendo quatro para a retirada de material de síntese, devido a migração dos parafusos proximais da haste. Um caso de fratura do tipo 31A2, devido a uma redução inadequada em varo, ocorreu um cutout que necessitou de revisão cirúrgica. Outro caso de fratura do tipo 31A2, evoluiu para necrose avascular da cabeça femoral, após consolidação da fratura. Por fim, um caso de fratura do tipo 31A3, devido a redução inadequada no plano sagital, evoluiu para retarde de consolidação, com quebra da haste após 13 meses da cirurgia. CONCLUSÃO: A osteossíntese com haste proximal, como tratamento da fratura trocantérica instável do fêmur realizada em pacientes com idade superior a 60 anos, resultou na consolidação da maioria dos casos. As complicações foram distintas nos dois subgrupos estudados. A redução adequada da fratura antes da introdução da haste intramedular é fundamental para o sucesso do procedimento.

ASSUNTO(S)

fraturas do quadril fixação interna de fraturas fraturas do femur pinos ortopédicos consolidação da fratura complicações pós-operatórias idoso

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