Avaliação do atendimento as vitimas de violencia sexual e da profilaxia pos-exposição ao HIV

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A experiência com a utilização de profilaxia pós-exposição ocupacional ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) tem levantado questões sobre a possibilidade de repetir este modelo nas exposições não ocupacionais ao vírus. Entretanto, faltam dados a respeito da eficácia desta profilaxia. Objetivo: Avaliar o protocolo de atendimento a vítimas de violência sexual, a profilaxia pós-exposição (PPE) ao HIV e a adesão ao seguimento proposto. Casuística e método: Foram coletados dados das vítimas de violência sexual, atendidas no Núcleo de Vigilância Epidemiológica!CAISM, de maio de 1997 a março de 2001. As vítimas foram classificadas em uma das três categorias de acordo com a severidade da exposição (I: baixo, 11:moderado e 111:alto). PPE foi oferecida para as vítimas do grupo 11 (AZT + 3TC) e 111(AZT + 3TC + inibidor de protease) se o tempo após a exposição fosse menor que 72h. A toxicidade dos anti-retrovirais (ARV), sorologia para o HIV e a adesão, foram avaliadas durante seis meses de seguimento. Resultados: Durante o período do estudo, foram atendidas 347 vítimas de violência sexual com mediana de idade de 20 anos. PPE foi oferecida para 278 pacientes (141 no grupo 11e 137 no grupo 111)e 169 pacientes completaram os 28 dias de profilaxia. Efeitos colaterais foram mais comuns no grupo 111(P<0,01).Sorologia para o HIV foi positiva em 6 dos 26 agressores identificados. Não houve soroconversão nas 180 vítimas que completaram o seguimento. Análises multivariadas mostraram que o conhecimento do estatus sorológico do agressor e o uso da profilaxia foram associados com a adesão. Conclusão: As complexas circunstâncias que envolvem a violência sexual, colocam as vítimas numa situação de risco para a transmissão do HIV, sugerindo que a PPE deva ser considerada nestas exposições. A terapia tripla foi associada a efeitos colaterais graves, sugerindo que o regime de drogas deva ser reavaliado. A falta de dados sobre o assunto reforça a necessidade de estudos sobre a eficácia da profilaxia.

ASSUNTO(S)

profilaxia hiv (virus) vitimas sexualmente molestadas violencia doenças sexualmente transmissiveis

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