Avaliação de uma política pública de inclusão digital : os telecentros comunitários de porto alegre
AUTOR(ES)
Gimenes, Simone Camargo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
As Tecnologias de Informação e Comunicação se tornam cada vez mais presentes no nosso cotidiano e com elas vimos emergir uma nova categoria de exclusão social, a chamada exclusão digital. Para darmos conta dessa polarização entre os que têm e os que não têm acesso às novas tecnologias, o estudo apresenta dados que evidenciam tal exclusão e se propõe a discutir o que é feito em nível de políticas públicas para enfrentar essa desigualdade. Para tanto, avaliamos a política pública implementada pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre intitulada "Telecentros Comunitários". Os Telecentros Comunitários são ambientes informatizados que possibilitam acesso às pessoas até então excluídas digitalmente. Seus objetivos são reduzir o índice de exclusão digital na cidade, levar conhecimento e educação às comunidades carentes, capacitar os usuários para o mercado de trabalho, viabilizar o acesso à internet e oferecer cursos de informática básica gratuitamente para a comunidade. São trinta e cinco unidades implementadas situando-se em bairros de grande vulnerabilidade social e em pontos centrais da cidade para garantir o acesso da população em geral. Para avaliarmos tal política e identificar seus pontos fortes e fracos utilizamos o conceito de efetividade, entendida como a relação entre os objetivos e metas e os impactos e efeitos produzidos pela política. Levantamos indicadores que avaliam 1) o índice de satisfação dos usuários, 2) a organização da política, 3) o envolvimento de organizações da sociedade civil no programa, 4) a capacitação dos monitores e 5) as atividades complementares desenvolvidas nos Telecentros. Trabalhamos a partir do estudo de caso, tendo em vista que dos trinta e cinco Telecentros existentes no município, quatro são alvos de análise minuciosa. A coleta de dados privilegiou observação em campo e entrevistas semi-estruturadas. As entrevistas foram realizadas com os três segmentos da política: coordenadores, monitores e usuários, totalizando treze entrevistas que nos permitiram conhecer a visão de quem garante a implementação, de quem a executa e de quem se beneficia da política. Os Telecentros Comunitários surgem a partir de reivindicações das associações comunitárias e muitos deles são mantidos através de parcerias da prefeitura com instituições privadas. Os usuários avaliam a política como satisfatória, porém nomeiam pontos que merecem atenção: a) ampliação da quantidade de unidades de Telecentros na cidade: b) disponibilização de serviços, tais como impressão de documentos e; c) liberação de acesso a todos os aplicativos de interação na internet como, por exemplo, Orkut e MSN. Há esforço da Coordenação em qualificar cada vez mais os monitores, via formações, para que eles interajam com maior propriedade junto aos usuários. Os Telecentros Comunitários são importantes instrumentos de transformação social, pois conseguem incidir diretamente na vida de usuários e monitores. Os primeiros se qualificam digitalmente e, em razão disso, usam com freqüência os telecentros para buscar informação, formação e emprego. Esses espaços são igualmente alternativas de lazer e socialização entre os indivíduos. Os telecentros comunitários assumem papel central na vida da comunidade e são referência, principalmente, para os jovens freqüentadores que compõem a maioria dos usuários.
ASSUNTO(S)
digital inclusion inclusão digital public politics telecentro comunitário exclusão social communitarian telecenters tecnologias de informação e comunicação (tics)
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/10183/17602Documentos Relacionados
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