Avaliação de testes à beira leito e proposta de modelo para prever laringoscopia difícil: estudo prospectivo observacional

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Anestesiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-04

RESUMO

Resumo Justificativa e objetivos: A previsão de laringoscopia difícil se baseia em testes que avaliam as características anatômicas da face e pescoço. Nosso objetivo foi identificar os testes mais precisos e propor modelo preditivo multivariado. Método: Estudo observacional prospectivo incluiu 1134 pacientes e avaliou no pré-operatório: Distância Tireomentoniana (DTM), Distância Esternomentoniana (DEM), razão Altura-Distância Tireomentoniana (A/DTM), Circunferência Cervical (CC), razão Circunferência Cervical-Distância Tireomentoniana (CC/DTM), Distância Hiomentoniana com a cabeça na Posição Neutra (DHM-PN) e em Extensão Máxima (DHM-EM), razão Distância Hiomentoniana com Cabeça em Extensão Máxima/Distância Hiomentoniana na posição Neutra (DHME/DHMN), Classe Mallampati (CML), Teste da Mordida do Lábio Superior (TMLS), Abertura da Boca (AB) e Extensão da Cabeça (EC). Grau Cormack-Lehane ≥ 3 foi definido como Laringoscopia Difícil. A sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo e negativo foram avaliados para todos os testes. A análise multivariada com regressão logística foi usada para criar modelos preditivos. Resultados: Um modelo incorporando CML, TMLS, EC, DHM-EM e CC/DTM demonstrou alta precisão prognóstica (x2(5) = 109,12, p < 0,001, AUC = 0,86, p < 0,001). A sensibilidade, especificidade e valor preditivo negativo foram 82,3%, 74,8% e 97,4%, respectivamente. Um segundo modelo incluindo duas medidas que não necessitavam da cooperação do paciente (CC/DTM e DHM-EM) demonstrou bom desempenho prognóstico (x2 (2) = 63,5; p < 0,001; AUC = 0,77, p < 0,001). Entre os testes individuais, EC teve a maior sensibilidade (78,5%) e valor preditivo negativo (96%). Conclusões: O modelo de cinco variáveis incorporando CML, TMLS, EC, DHM-EM e CC/DTM mostrou valor preditivo satisfatoriamente alto para laringoscopia difícil. Um modelo que incluísse CC/DTM e DHM-EM poderia ser útil em pacientes com incapacidade. O preditor individual mais preciso foi EC.

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