Avaliação de fatores de risco aterotrombótico (homocisteína, proteína C, proteína S, anti-trombina III, leptina) em pacientes portadores de lupus eritematoso sistêmico
AUTOR(ES)
Sandra Santana Soares Costa
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
Os eventos cardiovasculares ateroscleróticos (ECVA) estão significativamente aumentados no Lupus Eritematosos Sistêmico (LES) e os mecanismos da aterogênese ainda são pouco conhecidos. Fatores tradicionais e não tradicionais vem sendo imputados na fisiopatogenia da doença cardio-vascular. A leptina é um novo fator que pode ser empregado na avaliação dos pacientes com LES. OBJETIVO: Avaliar a leptina, proteina C reativa ultra-sensível (PCR-ultra),homocisteina, proteina S, proteina C, anti-trombina III, anticardiolipina, glicemia de jejum, colesterol, triglicerídeos HDL e LDL em 65 pacientes com LES, em vários estágios de atividade em comparação com 28 voluntários hígidos, e investigar a sua relação com a atividade de doença. MÉTODOS: Foram avaliados 103 indivíduos, 65 com LES, sendo 43 do grupo I (em uso de quimioterápicos), 22 do Grupo II (sem quimioterapia) e 28 controles. A atividade da doença foi aferida pelo índice de atividade do LES (SLEDAI) e uma amostra de sangue foi colhida para determinação da leptina e de outros fatores atero-trombóticos. RESULTADOS: O valor médio da leptina foi significativamente maior nos pacientes lúpicos do grupo I (32,9 mg/dl 19,7) do que os do grupo II (30,5 mg/dl 21,4). No entanto, o valor da PCR-ultra e do colesterol foi maior no grupo II (1,5 2,5 mg/dl, 206,6 39,9 mg/dl) do que no grupo I ( 1,0 2,5 mg/dl, 161,8 29,1 mg/dl), mas só o valor do colesterol foi significativo. Por outro lado, a leptina, PCRultra e LDL foram significativamente menores no grupo controle (21,9 mg/dl 13,2 mg/dl, 0,1 0,2 mg/dl, 153,2 30,7 mg/dl). Houve correlação entre Índice de Massa Corporal (IMC), colesterol, PCR-ultra e leptina. Não houve correlação entre os níveis de leptina e o Índice de Atividade de Doença (SLEDAI). Após o ajuste para Índice de Massa Corporal (IMC), colesterol e PCR-ultra a leptina ainda apresentou diferença entre os grupos. A glicemia de jejum, homocisteína, proteína C, proteína S, anti trombina III e anticardiolipina não apresentaram diferença significativa entre os grupos. Conclusão: Foi identificado o aumento de leptina, PCR-ultra sensível nos pacientes lúpicos, assim como os fatores tradicionais. Esse aumento permaneceu significativo após ajustado para os fatores confundidores. Não observamos diferenças dos níveis de homocisteína entre os dois grupos de pacientes estudados e na avaliação de fatores de risco trombogênicos, tais como níveis de Proteína C, Proteína S e Antitrombina III, Anti cardiolipina, os níveis plasmáticos apresentaram-se predominantemente normais nos dois grupos de pacientes. Como esses fatores tem sido identificados como pró-inflamatórios é importante que sejam definidos seus valores preditivos em estudos prospectivos.
ASSUNTO(S)
doenças autoimunes leptina sistemic lupus erythematosus atherothrombosis homocistein aterotrombose sistema cardiovascular - doenças; quimioterapia leptin medicina autoimmune disease lupus eritematoso sistêmico homocisteina
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