Avaliação de desfechos clínicos em pacientes idosos com doenças neurológicas em nutrição enteral
AUTOR(ES)
Aline Stangherlin Martins
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011
RESUMO
Introdução: O crescimento da população idosa vem ocorrendo de forma acelerada em todo o mundo. Associado ao envelhecimento populacional está o aumento na prevalência de doenças crônicas. A demência merece atenção especial, pois pode provocar limitações que comprometem a qualidade de vida dos idosos. É comum pacientes com demência desenvolverem recusa alimentar e disfagia levando a baixa ingestão oral e perda de peso. Nesses casos, a nutrição enteral é frequentemente indicada. Evidências sugerem que nutrição enteral não reduz o risco de pneumonia de aspiração, não previne ou auxilia na cicatrização de úlceras de pressão, não melhora o estado nutricional, qualidade de vida ou sobrevida dos pacientes. Objetivo: Investigar a evolução de pacientes idosos com doenças neurológicas em uso de nutrição enteral. Materiais e Métodos: A amostra foi constituída de pacientes maiores de 60 anos, de ambos os sexos, com doenças neurológicas, em quem foi iniciada a nutrição enteral. Foram excluídos pacientes com neoplasias. Registraram-se variáveis demográficas, estado clínico e nutricional e desfechos clínicos complicações, internações e mortalidade. Os dados foram processados e analisados por meio dos Softwares SPSS versão 15.0 e STATA 9.0. Resultados: Dos 79 indivíduos avaliados, 26,6% eram do sexo masculino, 49,4% tinham demência, sendo 26,6% de Alzheimer. A maioria dos pacientes apresentava comprometimento do estado nutricional e 100% apresentavam dependência total para as atividades de vida diárias. No início do estudo 43% dos pacientes apresentavam úlceras de pressão. Em 41,2% destes, ocorreu cicatrização da úlcera e 20% dos que as não apresentavam, desenvolveram-nas durante o estudo. Cento e trinta e uma complicações relacionadas à nutrição enteral ocorreram em 91,2% dos pacientes. Pneumonia foi a complicação mais frequente (55,9%), sendo responsável pela maioria das internações. A mortalidade após três meses foi de 15,2%, após seis meses de 22,8% e após um período médio de 11 meses foi de 43%. Conclusão: A população estudada apresentou elevada taxa de complicações, internações e óbito ao fim de seis meses de observação. A taxa de mortalidade ao fim de 11 meses de acompanhamento em média foi elevada. Pneumonia foi a complicação mais importante levando a um maior número de internações. Diagnósticos, via de acesso e tipo de dieta não afetaram os desfechos clínicos. Avaliação nutricional segundo impressão do avaliador e albumina foram associadas com a mortalidade, mas não a avaliação antropométrica.
ASSUNTO(S)
alimentação enteral teses. geriatria teses. nutrição enteral/utilização decs demência decs estado nutricional decs transtornos de deglutição decs nutrição enteral/efeitos adversos decs nutrição enteral/mortalidade decs idoso decs dissertações acadêmicas decs dissertação da faculdade de medicina da ufmg.
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8GZNEUDocumentos Relacionados
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