Avaliação de danos causados por insetos em sementes de Andiroba [(Carapa guianensis Aubl.) e Andirobinha (C. procera DC.) (Meliaceae)] na Reserva Florestal Adolpho Ducke em Manaus, AM, Brasil

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Andiroba (Carapa guianensis Aublet) e andirobinha (Carapa procera DC) (Meliaceae) são duas espécies de importância comercial da Amazônia, muito exploradas devido a qualidade de sua madeira (sucedânea do Mogno) e ao óleo extraído de suas sementes. Tais espécies têm ainda sua sobrevivência ameaçada pela predação de insetos à suas sementes e brotos. A predação de sementes, em especial, influencia na estrutura populacional vegetal à medida que altera tanto a quantidade, quanto a distribuição de sementes disponíveis à regeneração, impedindo desde essa fase a sobrevivência da espécie. Assim, no período de fevereiro a junho de 2006 foi conduzido um estudo sobre predação de insetos às sementes de Carapa guianensis e C. procera em cinco parcelas (duas parcelas de cada espécie e uma mista) em plantios na Reserva Florestal Adolpho Ducke, Manaus/AM. As coletas foram realizadas semanalmente no chão da floresta e mensalmente em três diferentes alturas (terços) da copa das árvores (estratificação vertical), em cada uma das parcelas. Também, mensalmente, de março a maio de 2006, 30 sementes não predadas e 30 sementes predadas, coletadas do chão da floresta em cada parcela foram colocadas para germinar por um período de um mês. Os resultados obtidos indicam que Hypsipyla grandella e H. ferrealis (Lepidoptera, Pyralidae) são as principais espécies de insetos associadas à predação das sementes de C. procera e C. guianensis, resultando em taxas de predação média de 39% a 61,96%, respectivamente. Foi observada estratificação na predação dos frutos e sementes na copa das árvores de ambas as espécies de Carapa. Pois, no terço inferior foi registrada maior taxa de predação por H. ferrealis e H. grandella, quando comparada aos outros dois terços das copas, e H. grandella somente foi observada no terço inferior de ambas as espécies de Carapa. A predação das sementes de C. procera e C. guianensis reduziu o processo de germinação, que em sementes não predadas variou de 47,77% a 90% para 8,88% a 17,77% em sementes predadas, reduzindo assim conseqüentemente a quantidade de sementes disponíveis à regeneração. Este estudo agrupou informações de suma importância sobre C. procera e C. guianensis, e H. grandella e H. ferrealis que permitirão aplicá-las em planos efetivos de manejo e conservação, permitindo uma exploração de forma racional.

ASSUNTO(S)

estratificação vertical germinação predação de sementes exploracao florestal amazônia

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