Avaliação de crianças com suspeita de maus-tratos físicos: um estudo de 500 casos

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. ortop.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-06

RESUMO

RESUMO OBJETIVO: Este estudo tem objetivo de avaliar o perfil epidemiológico de pacientes atendidos em hospital de referência com suspeita de maus-tratos físicos, em especial quanto à ocorrência de fraturas. MÉTODOS: Todas as notificações de suspeita de maus-tratos contra crianças e adolescentes (MTCAA) feitas entre janeiro de 2005 e dezembro de 2015 foram avaliadas e separadas por mês e ano. Dentre as vítimas de maus-tratos físicos, várias características dos pacientes que apresentavam fraturas foram avaliadas. Quando as radiografias estavam disponíveis, analisaram-se as características das fraturas. RESULTADOS: De 3.125 notificações, 500 foram classificadas como lesões físicas e dentre essas 63 apresentavam fraturas. Observou-se um aumento progressivo anual das notificações. Quanto à idade, 50 pacientes (80,6%) tinham até 3 anos e 36 (58%) até 1 ano. A maioria era do gênero masculino (60%) e o provável agressor era a mãe isoladamente e ambos os pais (27,5% cada). Em 30 pacientes com imagens disponíveis, predominaram as fraturas de ossos longos (fêmur, tíbia e úmero, 71%), únicas (74%), diafisárias (73%) e transversas (57%). Ocorreram dois de óbitos nos casos de fraturas (3%). CONCLUSÃO: Todos os ortopedistas devem estar alertas para suspeita de MTCAA em crianças com traumas abaixo de 3 anos, mesmo sem sinais clássicos de maus-tratos.

ASSUNTO(S)

ferimentos e lesões maus-tratos infantis fraturas osséas ortopedia

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