Avaliação das atividades antiinflamatória, antiangiogênica e antitumoral de extratos da Arrabidaea chica (Humb. &Bonpl.) B. Verlot

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

20/01/2012

RESUMO

A medicina tradicional baseada no uso de plantas medicinais desempenha um papelimportante na saúde da população dos países pouco desenvolvidos e em desenvolvimento. AArrabidaea chica (HBK) Verlot (Bignoniacea) é uma planta comum na região amazônica esuas folhas são utilizadas na medicina popular para cicatrização de feridas, tratamento deinflamações, cólicas intestinais, hemorragia, anemia e leucemia. Seu efeito antiinflamatório jáfoi demonstrado in vitro e in vivo, entretanto não foram encontrados relatos na literaturaquanto à sua atividade antitumoral. O objetivo do presente estudo foi avaliar a atividadecitotóxica dos extratos etanólico, metanólico e aquosos da A. chica em linhagens de célulastumorais humanas e em camundongos Swiss portadores do carcinoma sólido de Ehrlich.Foram preparados diferentes extratos a partir de folhas secas da A. chica extraídos com água,metanol ou etanol e verificada a presença de flavonóides pela cromatografia líquida de altaeficiência. Em estudos in vitro, o extrato etanólico (EE) apresentou atividade citotóxica contraas células tumorais Jurkat, HL60 e MCF-7, com valores de IC50 para Jurkat e HL60 de27,9g/mL e 26,9g/mL, respectivamente. Ensaios de citometria de fluxo demonstraram queesse extrato (EE) induziu fragmentação do DNA celular, sugerindo que a toxicidadeapresentada pelos compostos pode estar relacionada com a indução de morte por apoptose.Nos estudos in vivo, conduzidos em camundongos portadores do tumor sólido de Ehrlich,foram realizados ensaios bioquímicos e hematológicos, avaliação do desenvolvimento tumorale imunofenotipagem por citometria de fluxo das células inflamatórias mononuclearespresentes no sangue e tecido tumoral. Os extratos EE e CA3, após 10 dias de administração oralna concentração de 30mg/kg, causaram redução no volume do tumor sólido de Ehrlich(p<0,05), sem causar alterações nos parâmetros hematológicos e bioquímicos plasmáticos. Ogrupo tratado com o extrato EE apresentou aumento dos neutrófilos e das 1 e globulinas, ediminuição das 2 globulinas. A imunofenotipagem das células mononucleares no sangue,demonstraram que os extratos EE e CA3 da A. chica reduzem a porcentagem de linfócitos TCD4+sem alterar o número total de linfócitos TCD3+, NK e linfócitos B. O extrato CA3 apresentouatividade imunomoduladora diminuindo o número de células TCD3+, TCD8+ e células NK notecido tumoral, sem alterar o percentual de linfócitos B e TCD4+. Ainda neste contexto,também foi possível avaliar a atividade antiinflamatória dos extratos etanólico-EE e CA3 emmodelo murino de implante de esponja. Os extratos EE e CA3, administrados por via oral, nadose de 300mg/kg inibiram a neovascularização e o recrutamento de neutrófilos para asesponjas implantadas. Os extratos não produziram efeitos tóxicos nos camundongos nas dosesutilizadas em nenhum dos estudos. Conclui-se que o extrato etanólico e a fração aquosa CA3 da17Arrabidaea chica apresentam efeito antitumoral após a administração oral, confirmando o seuvalor terapêutico como indicado pela medicina popular. A atividade do extrato EE parece estarrelacionada ao potencial citotóxico e pró-apoptótico, bem como seu potencial antiinflamatórioe antiangiogênico, confirmados nos estudos in vivo no modelo de Ehrlich. A ação antitumoralda fração aquosa CA3 está possivelmente relacionada à sua atividade antiinflamatória eantiangiogênica. Os resultados sugerem potencial biotecnológico dos extratos da A. chica paraobtenção de princípios ativos antitumorais.

ASSUNTO(S)

medicina popular teses plantas medicinais teses. agentes antiinflamatórios teses.

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