Avaliação das alterações da hemostasia e anticorpo anticardiolipina em pacientes com a forma grave da leptospirose
AUTOR(ES)
DAHER, Elizabeth De Francesco, OLIVEIRA NETO, Francisco Holanda, RAMIREZ, Susana Marcela Pineida
FONTE
Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2002-04
RESUMO
Foram avaliados prospectivamente os fatores envolvidos nas alterações da hemostasia e níveis de anticorpo anticardiolipina em 30 pacientes com a forma grave da leptospirose e insuficiência renal aguda (IRA) (IRA foi definida como creatinina sérica > ou = 1,5 mg/dl). Os pacientes foram internados no Hospital Universitário Walter Cantídio, Hospital São José de Doenças Infecciosas e Hospital Geral de Fortaleza, Ceará, de agosto/1999 a julho/2001. Todos eram do sexo masculino com idade de 32 ± 14 anos e apresentavam manifestações clínicas com diagnóstico laboratorial de leptospirose associada à IRA. O tempo do início dos sintomas ao aparecimento das manifestações hemorrágicas foi de 9 ± 4 dias. As manifestações hemorrágicas foram observadas em 86% dos pacientes. Dados laboratoriais mostraram níveis significativamente elevados de uréia, 181 ±95 mg/dl; fibrinogênio, 515 ± 220 mg/dl; tempo ativado de protrombina, 13,3 ± 0,9 seg e diminuição das plaquetas, 69 ± 65x10³/mm³ na admissão. Não houve alteração no tempo de trombina e de tromboplastina parcial ativado. Os níveis de ACL IgG e IgM estavam significativamente elevados (p < 0,05) na forma grave da leptospirose quando comparados ao grupo controle (28,5 ± 32,4 vs. 11,5 ± 7,9MPL U/ml e 36,7 ± 36,1 vs. 6,5 ± 2,5 GPL U/ml), respectivamente. A vasculite, trombocitopenia e uremia devem ser consideradas como fatores importantes na patogênese dos distúrbios hemorrágicos observados na forma grave da leptospirose que constituem a principal causa de óbito na doença.
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