Avaliação das alterações da hemostasia e anticorpo anticardiolipina em pacientes com a forma grave da leptospirose

AUTOR(ES)
FONTE

Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2002-04

RESUMO

Foram avaliados prospectivamente os fatores envolvidos nas alterações da hemostasia e níveis de anticorpo anticardiolipina em 30 pacientes com a forma grave da leptospirose e insuficiência renal aguda (IRA) (IRA foi definida como creatinina sérica > ou = 1,5 mg/dl). Os pacientes foram internados no Hospital Universitário Walter Cantídio, Hospital São José de Doenças Infecciosas e Hospital Geral de Fortaleza, Ceará, de agosto/1999 a julho/2001. Todos eram do sexo masculino com idade de 32 ± 14 anos e apresentavam manifestações clínicas com diagnóstico laboratorial de leptospirose associada à IRA. O tempo do início dos sintomas ao aparecimento das manifestações hemorrágicas foi de 9 ± 4 dias. As manifestações hemorrágicas foram observadas em 86% dos pacientes. Dados laboratoriais mostraram níveis significativamente elevados de uréia, 181 ±95 mg/dl; fibrinogênio, 515 ± 220 mg/dl; tempo ativado de protrombina, 13,3 ± 0,9 seg e diminuição das plaquetas, 69 ± 65x10³/mm³ na admissão. Não houve alteração no tempo de trombina e de tromboplastina parcial ativado. Os níveis de ACL IgG e IgM estavam significativamente elevados (p < 0,05) na forma grave da leptospirose quando comparados ao grupo controle (28,5 ± 32,4 vs. 11,5 ± 7,9MPL U/ml e 36,7 ± 36,1 vs. 6,5 ± 2,5 GPL U/ml), respectivamente. A vasculite, trombocitopenia e uremia devem ser consideradas como fatores importantes na patogênese dos distúrbios hemorrágicos observados na forma grave da leptospirose que constituem a principal causa de óbito na doença.

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