Avaliação das alterações anatômicas e funcionais do diafragma pélvico de pacientes portadores de colopatia chagásica submetidos à cirurgia de Duhamel

AUTOR(ES)
FONTE

J. Coloproctol. (Rio J.)

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-06

RESUMO

CONTRIBUIÇÃO ORIGINAL: compreender os motivos pelos quais a cirurgia de Duhamel resulta na melhora clinica da obstipação intestinal de pacientes com colopatia chagásica. ANTECEDENTES: a cirurgia de Duhamel é uma das técnicas mais difundidas para o tratamento do megacólon chagásico, com baixos índices de recidiva dos sintomas de obstipação intestinal. OBJETIVO: avaliar as alterações anatômicas e fisiológicas do diafragma pélvico de pacientes portadores de colopatia chagásica e as mudanças ocorridas após serem submetidos à cirurgia de Duhamel. DESENHO DO ESTUDO: foram avaliados os dados clínicos e os resultados de exames de cinedefecografia, eletromanometria anorretal e o ultrassom do canal anal de pacientes portadores de colopatia chagásica, no pré e pós-operatório da cirurgia de Duhamel. LOCALIZAÇÃO: Serviço de Coloproctologia - Departamento de Cirurgia Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás. PACIENTES: foram inclusos, prospectivamente, pacientes com sorologia positiva para Doença de Chagas, com obstipação intestinal e megacólon radiológico, que se apresentaram consecutivamente ao ambulatório de Chagas e que livremente aceitaram participar desse estudo. RESULTADOS: foram incluídos 20 pacientes, com média de idade de 53,2 anos, sendo 16 mulheres. Observou-se, no pós-operatório, uma mudança do ritmo intestinal de, em média, uma evacuação a cada dez dias para uma evacuação diária; 16 pacientes faziam uso de laxantes no pré-operatório e somente um o fazia, intermitentemente, no pós-operatório. A eletromanometria evidenciou, no pós-operatório, uma diminuição das pressões anais de repouso (60,88 para 37,2 mmHg com p < 0,001), e da capacidade retal (244,3 para 161,25 mL, p = 0,01) e o ultrassom revelou que em 75% dos pacientes haviam alterações anatômicas do esfíncter interno na porção posterior do canal anal, justaposto ao local de abaixamento do cólon. O esvaziamento da ampola retal, observado durante a cinedefecografia pós-operatória, se processou mais rapidamente e com menor esforço quando comparado com os achados pré-operatórios. Houve mudança do ângulo anorretal no pós-operatório, que se tornou mais obtuso, tanto durante o repouso como durante o esforço evacuatório. CONCLUSÕES: as alterações anatômicas e funcionais do diafragma pélvico são significativas após a cirurgia de Duhamel e que ela determina, em conjunto, a melhoria clínica dos pacientes.

ASSUNTO(S)

doença de chagas megacolon constipação intestinal canal anal procedimentos cirúrgicos do sistema digestório cuidados peri-operatórios avaliação

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