Avaliação da sincronização da ovulação para inseminação artificial em tempo fixo em bubalinos (Bubalus bubalis)

AUTOR(ES)
FONTE

Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science

DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

O objetivo desse estudo foi avaliar eficiência do protocolo de sincronização da ovulação (GnRH/PGF2alfa/GnRH) para inseminação artificial em tempo fixo em bubalinos. No Experimento 1, trinta e três búfalas com 60 dias pós-parto, foram separadas em dois grupos para avaliação da dinâmica folicular (Grupo 1, n = 16, 10mg de GnRH/15mg de PGF2alfa/10mg de GnRH; Grupo 2, n = 17, 20mg de GnRH/PGF2alfa/10mg de GnRH). Exames ultra-sonográficos foram realizados de 12 em 12 horas para verificar a resposta ovariana à primeira aplicação de GnRH. Outras avaliações foram realizadas nos dias da aplicação da PGF2alfa e do segundo GnRH. Em seguida, foram realizados exames de 6 em 6 horas até o momento da ovulação. Foram colhidas amostras de sangue nos dias das aplicações para avaliar as concentrações de progesterona no momento das administrações hormonais. No Experimento 2, foi verificada a eficiência da sincronização da ovulação para inseminação artificial em tempo fixo (16 horas após o segunda dose de GnRH, n=1053), durante as estações reprodutiva favorável e desfavorável, nos anos de 1998 e 1999. Os animais receberam 20mg de GnRH/PGF2alfa/10mg de GnRH. Ainda, foi analisada a influência da condição corporal, ordem de partos, período pós-parto ao início do tratamento, ano e a estação reprodutiva (favorável ou desfavorável), sobre a taxa de concepção. No Experimento 1, verificou-se que 33,0 ± 8,3h após a primeira aplicação de GnRH, 60,60% dos animais ovularam (Grupo 1 = 70,5 vs. Grupo 2 = 50,00%; P>0,05). A dose de GnRH (10mg vs. 20mg) e a concentração de progesterona no início do tratamento não interferiu na ovulação (P>0,05). Os animais que ovularam (n = 20) após a primeira aplicação de GnRH apresentaram maior diâmetro folicular (P<0,01) que aqueles que não ovularam (n=13). Na aplicação de PGF2alfa, o diâmetro folicular médio foi de 10,3 ± 2,0mm. O Grupo 1 apresentou maior diâmetro folicular que o Grupo 2 (P<0,01). Os animais que ovularam após a primeira aplicação de GnRH (n=20) apresentaram maiores concentrações de progesterona no dia da aplicação da PGF2alfa (P<0,05). Notou-se que 78,80% dos animais tratados apresentaram ovulação sincronizada sendo que, a primeira dose de GnRH não interferiu na eficiência do protocolo (P>0,05). No Experimento 2, observou-se taxa de concepção de 45,40% (n = 1053). Animais sincronizados durante a estação reprodutiva favorável apresentaram melhores taxas de concepção quando comparados ao período desfavorável (48,80% vs. 6,90%; P < 0,05). A taxa de concepção foi influenciada pela condição corporal dos animais e pela ordem de partos durante a estação reprodutiva favorável (P<0,05). As taxas de concepção não diferiram conforme o ano (1998 e 1999) de realização das inseminações artificiais e o período pós-parto no início do tratamento hormonal (P>0,05). Em conclusão, os Experimentos indicaram que a utilização da sincronização da ovulação para inseminação artificial em tempo fixo, durante a estação reprodutiva favorável, apresenta resultados satisfatórios em bubalinos, podendo ainda ser melhorados quando utilizadas búfalas multíparas com bom estado corporal no início do tratamento.

ASSUNTO(S)

sincronização da ovulação gnrh búfalos ovsynch

Documentos Relacionados