Avaliação da resistência à insulina e da adiponectinemia no prolactinoma
AUTOR(ES)
Lilian Freitas de Assunc?o Alves Rodrigues
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
10/05/2011
RESUMO
A prolactina (PRL) é um hormônio multifuncional secretado pelas células lactotróficas da hipófise, cujos receptores estão localizados em vários tecidos. Prolactinomas são adenomas da hipófise que produzem e secretam PRL. A hiperprolactinemia associa-se a obesidade, resistência à insulina e disfunção endotelial. O controle dos níveis de PRL proporciona melhora dos parâmetros metabólicos. A resistência à insulina é a inabilidade desta de exercer suas numerosas ações, apesar de secreção pelas células beta preservada, e pode ser medida pelo cálculo do modelo de avaliação da homeostase de resistência à insulina (HOMA-IR). A adiponectina é uma proteína secretada principalmente pelos adipócitos, cujos valores reduzem-se na obesidade e na resistência à insulina. Seus níveis baixos relacionam-se ao risco aumentado de desenvolver diabetes. Evidências sugerem que a PRL inibe a liberação da adiponectina. Durante a gravidez e lactação níveis de adiponectina mostraram-se baixos, entretanto, em pacientes com prolactinoma os dados ainda são escassos. O objetivo desta dissertação foi avaliar as alterações metabólicas relacionadas à resistência à insulina e os níveis de adiponectina no prolactinoma e comparar com controles hígidos (GC) pareados para idade, gênero e índice de massa corporal (IMC). Fezse avaliação transversal de 40 pacientes com prolactinoma, selecionados no Serviço de Endocrinologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, entre julho de 2008 e maio de 2010. Todos os sujeitos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os pacientes com prolactinoma foram alocados em dois grupos: a) 20 com prolactinoma descontrolado (PRLD), definido como sintomas de hiperprolactinemia e níveis elevados de PRL; b) 20 com prolactinoma controlado (PRLC), definido como ausência de sintomas de hiperprolactinemia e níveis normais de PRL nos últimos seis meses. As variáveis foram: índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal (CA), relação cintura/quadril (RCQ), pressão arterial (PA), perfil lipídico (colesterol total, CT; LDL colesterol, LDL-c; HDL colesterol, HDL-c e triglicérides, TG), HOMA-IR, adiponectina e síndrome metabólica. Não houve diferença estatística quanto a idade, gênero, IMC, PA, CT e LDL-c entre os grupos. As variáveis CA, RCQ, TG, HOMA-IR e síndrome metabólica foram significativamente maiores no grupo PRLD e os níveis de HDL-c e adiponectina foram significativamente menores no grupo PRLD. Os níveis de PRL foram 211,42±45,66, 15,69±2,45 e 13,74±1,08 ng/mL para PRLD, PRLC e GC, respectivamente (P<0,05 para PRLD vs. PRLC e GC). O HOMA-IR foi de 2,69±0,43, 1,20±0,19 e 1,16±0,16 mmol/L x !U/mL para PRLD, PRLC e GC, respectivamente (P<0,05, PRLD vs. PRLC e GC). Os níveis de adiponectina foram 5,78±0,78, 10,13±0,90 e 17,46±1,40 !g/mL para PRLD, PRLC e GC, respectivamente (P<0,01 para todas as comparações). A análise de correlações mostrou que os níveis de adiponectina se correlacionaram inversamente com PRL e HOMA-IR (P<0,01). Concluiu-se que a hiperprolactinemia em prolactinomas descontrolados está associada à resistência à insulina. Prolactinomas controlados têm níveis de HOMA-IR similares aos encontrados em indivíduos hígidos, mas mantêm os níveis mais baixos de adiponectina. Os dados sugerem que os prolactinomas por si só estão associados a níveis reduzidos de adiponectina, o que pode ser agravado pela resistência à insulina quando níveis mais elevados de PRL são atingidos em pacientes não controlados
ASSUNTO(S)
prolactinoma decs resistência à insulina decs hiperlipidemias decs adiponectina decs dissertações acadêmicas decs dissertação da faculdade de medicina da ufmg.
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8NFERSDocumentos Relacionados
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