Avaliação da relação entre circunferência abdominal e altura como preditora de risco cardiometabólico em crianças de 6 a 10 anos / Evaluation of waist-to-height ratio as a predictor of cardio metabolic risk in 6 to 10 years old children

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/02/2012

RESUMO

Os objetivos do estudo foram correlacionar a razão entre a circunferência abdominal e altura (CA/A) e o índice de massa corpórea (IMC) com as variáveis cardiometabólicas e inflamatórias em escolares de seis a 10 anos; avaliar a frequência de sobrepeso/obesidade e alterações cardiometabólicas e comparar o desempenho dos referenciais de índice de massa corpórea (IMC) do Centers for Disease Control and Prevention 2000 (CDC) e Organização Mundial de Saúde 2007 (OMS) no diagnóstico de sobrepeso/obesidade e alterações cardiometabólicas. Métodos: estudo de corte transversal, que incluiu 175 crianças, provenientes do Centro de Referência para Tratamento da Criança e do Adolescente (CRTCA), em Campos, Rio de Janeiro. As crianças foram divididas segundo os escores z do CDC e OMS em: não obesas (z do IMC <1) e sobrepeso/obesidade (z do IMC >1). As variáveis cardiometabólicas analisadas foram: pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), glicose, lipoproteínas de baixa e alta densidades (LDL e HDL, respectivamente), triglicerídeos (TG), HOMA-IR. Como variáveis inflamatórias, analisamos proteína C reativa ultra-sensível (PCR) e leucometria. Resultados: a média da CA/A do grupo sobrepeso/obesidade foi maior que a do não obeso (0,58 ± 0,007 e 0,45 ± 0,004, respectivamente, p<0,0001). Houve correlação significativa da CA/A com os escores z do IMC (r = 0,88, p <0,0001), PAS (r= 0,51, p<0,0001), PAD (r= 0,49, p<0,0001), HOMA-IR (r=0,83, p<0,0001), HDL (r = -0,28, p<0,0002), TG (r= 0,26, p<0,0006), LDL (r= 0,25, p<0,0008) e PCR (r= 0,51, p<0,0001). Contudo, a CA/A não se correlacionou com glicemia nem leucócitos. A sensibilidade da CA/A se equivaleu à do IMC no diagnóstico das alterações cardiometabólicas. A sensibilidade mais elevada da CA/A foi para o diagnóstico de alteração da PAS (80,0 %), PAD (76,6%) e HOMA-IR (92,6%). O ponto de corte superior a 0,47 foi sensível para o diagnóstico de resistência insulínica, mas acima de 0,50, para os demais distúrbios cardiometabólicos. A frequência de sobrepeso/obesidade nos escolares foi igual a 49,7%. Com exceção de hipertrigliceridemia, todas as outras alterações cardiometabólicas foram mais frequentes no grupo sobrepeso/obesidade (aumento de PA, p<0,0001; glicemia de jejum alterada, p <0,0048; aumento de LDL, p<0,015 e redução do HDL, p<0,0001). O referencial da OMS 2007 reclassificou 11 crianças a mais como obesas que o CDC, que apresentaram médias de escores z de PAS (1,71 ± 1,54), PAD (2,64 ± 1,83) e HOMA-IR (1,84 ± 0,98) semelhantes às médias das obesas (PAS = 1,25 ± 2,04; PAD = 1,94 ± 1,19 e HOMA-IR = 2,09 ± 1,12), mas superiores às médias das classificadas como sobrepeso (PAS = 0,49 ± 1,34, p <0,023; PAD = 1,45 ± 0,97, p <0,04 e HOMA-IR = 1,24 ± 0,67, p <0,04 ). Conclusões: a razão CA/A foi tão sensível quanto IMC da OMS 2007 no diagnóstico do risco cardiometabólico e inflamatório. O referencial da OMS 2007 foi o mais sensível não só para o rastreamento de sobrepeso/obesidade, como também para pressão arterial elevada e resistência insulínica, em escolares de seis a 10 anos

ASSUNTO(S)

anthropometry antropometria body mass index cardiovascular risk centers for disease control and prevention centers for disease control and prevention Índice de massa corpórea insulin resistance obesidade obesity organização mundial da saúde relação entre circunferência abdominal e altura resistência insulínica risco cardiovascular waist-to-height ratio world health organization

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