Avaliação da qualidade de vida dos adolescentes em tratamento oncológico no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

07/04/2011

RESUMO

Poucos estudos têm sido realizados durante o período de tratamento de crianças e adolescentes com câncer para avaliar sua interferência sobre a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). Os objetivos desse estudo foram avaliar a QVRS dos adolescentes em tratamento oncológico no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais no período de outubro de 2007 a julho de 2010, avaliar a correlação entre pacientes, pais e médicos na avaliação da QVRS desses pacientes e comparar os escores de QVRS dos pacientes, de acordo com variáveis sóciodemográficas (gênero, idade e situação socioeconômica) e diagnóstico. Foi utilizado o Health Utilities Index (HUI), um instrumento genérico para avaliação da QVRS. Os 45 pacientes incluídos no estudo, seu responsável e seu médico responderam ao questionário em dois momentos distintos: um mês após o diagnóstico da doença e início do tratamento (T1) e após quatro meses do início do tratamento para os pacientes com diagnóstico de tumor sólido e seis meses para os pacientes com diagnóstico de leucemia ou linfoma (T2). Foram utilizados testes não-paramétricos para a comparação entre os escores de QVRS nos dois momentos do estudo e o coeficiente de correlação de Spearman para a comparação dos escores obtidos entre o paciente, seu responsável e seu médico. A idade mediana dos pacientes ao diagnóstico foi de 14 anos. As neoplasias mais frequentes foram as leucemias agudas (40%) e os linfomas (26,7%). Quarenta e quatro pacientes foram submetidos à quimioterapia isolada ou combinada com cirurgia e/ou radioterapia. Na avaliação das três categorias de participantes, a dor foi o único atributo com melhora significativa de T1 para T2. Não houve associação estatisticamente significativa dos escores de QVRS com variáveis sócio-demográficas (gênero, idade e renda familiar, escolaridade do cuidador e número de residentes no domicílio), com o tipo de neoplasia ou com a modalidade de tratamento. Constatou-se uma correlação alta entre os escores globais de QVRS obtidos a partir do paciente e de seu cuidador no T1 e no T2. O estado geral de saúde do paciente foi considerado como excelente ou muito bom pela maioria dos pacientes e dos seus cuidadores, independentemente do momento do estudo. Na maioria das vezes os médicos avaliaram o estado geral de saúde dos seus pacientes como bom ou regular no T1 e muito bom ou bom no T2. Houve uma alta correlação das avaliações do estado geral de saúde do paciente entre este e seu cuidador no T1, mas não no T2. Em conclusão: 1) a avaliação da QVRS de adolescentes em tratamento oncológico mostrou que a maioria dos pacientes, cuidadores e médicos considerou que houve um comprometimento da mesma, mas que também houve melhora ao longo do tempo; 2) a dor foi o atributo mais referido na avaliação da QVRS e houve melhora quando comparados os dois momentos da avaliação; 3) a correlação dos escores globais de QVRS entre pacientes e seus cuidadores foi alta, tanto em T1 como T2; 4) houve tendência dos médicos em atribuir escores globais de QVRS inferiores aqueles derivados dos próprios pacientes.

ASSUNTO(S)

tumores. crianças. neoplasias/terapia decs neoplasias/psicologia decs adolescente decs criança decs qualidade de vida decs perfil de impacto da doença decs avaliação de serviços de saúde decs dissertações acadêmicas decs tese da faculdade de medicina da ufmg

Documentos Relacionados