Avaliação da qualidade de vida de adolescentes após a maternidade. / Study on the adolescent quality of life after maternity.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/12/2011

RESUMO

A maternidade na adolescência suscita mudanças na qualidade de vida (QV) das jovens em âmbitos social, cultural, legal, psicoemocional e corporal, mas não é, necessariamente, um problema. O presente estudo teve como objetivos: avaliar o índice de qualidade de vida de adolescentes após a maternidade e a influência de variáveis sociodemográficas, obstétricas e neonatais sobre esse construto; descrever o perfil sociodemográfico, ginecológico e obstétrico das mães adolescentes; medir o índice de qualidade de vida de mães adolescentes; e correlacionar os domínios de qualidade de vida com os dados sociodemográficos e com os dados obstétricos das jovens. Trata-se de um estudo quantitativo seccional, que utilizou o Índice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers para avaliação da QV. Os dados foram coletados no período de abril a julho de 2011. Foram investigadas 96 adolescentes que deram à luz no Hospital de Clínicas de Uberaba-MG, em 2010. As jovens concordaram em receber uma visita domiciliar e responder aos instrumentos de coleta de dados. O perfil sociodemográfico das mães adolescentes é caracterizado como segue: a maioria (90,6%) tinha entre 16 e 19 anos no momento do parto; 64,6% vivem com um companheiro ou são casadas; 27,1% mantiveram-se estudando após o nascimento da criança; apenas duas adolescentes estavam em nível de instrução adequado para a idade; 8,5 foi a média de anos de estudo formal; 77,1% não possuem fonte de renda própria; o principal meio de informação utilizado (91,7%) foi a televisão; e a renda per capita média mensal é de R$ 270,75. Quanto ao perfil obstétrico e neonatal: 20,8% já tiveram mais de uma gravidez; 8,3% têm mais de um filho vivo; 90,6% nunca tiveram um abortamento; o nascimento a termo foi predominante (76,1%); o tipo de parto mais frequente foi o vaginal sem fórceps (67,7%); a maioria das jovens (76,0%) teve acesso a métodos contraceptivos após a última gravidez; e o tempo médio para o aleitamento materno exclusivo foi de 4,5 meses e para o aleitamento materno complementado foi de 10,1 meses. A média do escore do Índice de Qualidade de Vida (IQV) geral foi de 21,48. O domínio socioeconômico teve, em média, o menor escore atribuído (17,34) e o domínio família teve, em média, o maior escore atribuído (25,31). Para análise comparativa do IQV geral e por domínios com os dados sociodemográficos, obstétricos e neonatais foram utilizados os testes t para amostras independentes, Mann-Whitney e análise de variância. Asvariáveis que apresentaram diferença estatisticamente significativa (p<0,05) foram: escolaridade em relação ao domínio socioeconômico (SE) (p=0,008), sendo que, quanto mais anos de estudo formal, melhor a IQV SE; renda própria em relação ao domínio SE (p=0,017), de forma que as jovens economicamente dependentes tiveram os escores mais baixos; o número de filhos vivos comparado com o IQV geral (p=0,009) e para o domínio saúde e funcionamento (p=0,004) e o domínio família (p=0,006), sendo a correlação negativa; e o nascimento pré-termo em relação ao domínio saúde e funcionamento (p=0,029). Vale destacar que a correlação entre a renda per capita e o IQV geral e por domínios não foi estatisticamente significativa, mesmo existindo famílias em área de pobreza. Concluiu-se que no presente estudo as variáveis grau de instrução, dependência econômica, número de filhos vivos e idade gestacional no momento do parto apresentaram diferença estatisticamente significativa na comparação com o IQV geral e por domínios e tiveram impacto negativo sobre a qualidade de vida das adolescentes após a maternidade.

ASSUNTO(S)

enfermagem de saude publica comportamento materno adolescente qualidade de vida quality of life maternal behavior adolescent

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