AVALIAÇÃO DA PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE ESPÉCIES UTILIZADAS NA ESTABILIZAÇÃO DE OBRAS DE TERRA COM TÉCNICAS DE ENGENHARIA NATURAL

AUTOR(ES)
FONTE

Ciênc. Florest.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2018-03

RESUMO

RESUMO As técnicas de Engenharia Natural correspondem a um conjunto de ações que utilizam materiais de construção vivos, como plantas e estacas vivas, bem como materiais inertes, como elementos estruturais em construções bastante simples, com vistas à recuperação ecológica e à estabilização dos solos. Os materiais inertes utilizados, na dependência dos objetivos e da disponibilidade local, são basicamente estruturas metálicas, geotêxteis, madeira, pedras ou mesmo concreto. Esses, além de conferirem estabilidade imediata ao solo, oferecem proteção e suporte ao posterior desenvolvimento da vegetação. A parte vegetativa complementa, ou mesmo, gradativa e integralmente, substitui as funções estabilizadoras dos componentes inertes. No entanto, a execução dos trabalhos só pode ser realizada com sucesso quando as características técnicas da vegetação são conhecidas e, assim, corretamente aproveitadas. Esta pesquisa é o resultado de uma sequência de experimentos realizados com o objetivo de identificar, entre espécies de habitat ripário, aquelas com capacidade de propagação e desenvolvimento vegetativo. Uma grande parte dos modelos de intervenção utilizados pela Engenharia Natural vale-se exclusivamente dessa forma de propagação. Entre os muitos fatores potencialmente influentes no desenvolvimento vegetativo tais como sobrevivência, ritmo de enraizamento e de brotação, velocidade de crescimento de raízes e brotos deve-se também ressaltar a importância da época de coleta e plantio do material vegetal. Este estudo, utilizando-se de canteiros experimentais construídos em épocas distintas do ano, busca obter essas informações por meio da avaliação da sobrevivência e do desenvolvimento da parte aérea e radicular de estacas de seis espécies potenciais facilmente encontradas ao longo das margens fluviais dos rios do Sul do Brasil. As espécies testadas são: Calliandra brevipes, Phyllanthus sellowianus, Pouteria salicifolia, Salix humboldtiana, Salix x rubens e Sebastiania schottiana. Os resultados experimentais indicam a possibilidade de utilização de algumas dessas espécies. Calliandra brevipes, Sebastiania schottiana e Pouteria salicifolia apresentaram desenvolvimento inferior ao Phyllanthus sellowianus, Salix humboldtiana e Salix x rubens. Evidenciou-se que a época de plantio é menos importante em espécies de enraizamento rápido, como Phyllanthus sellowianus, Salix humboldtiana e Salix x rubens, mas pode ser decisiva em espécies com enraizamento mais lento, como Sebastiania schottiana, influenciando inclusive a sobrevivência da espécie.

ASSUNTO(S)

engenharia natural bioengenharia de solos restauração ecológica manejo de cursos de água

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