Avaliação da interferência da melatonina nas interações entre trofozoítos de Entamoeba histolytica e Entamoeba dispar com células sanguíneas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

2 A amebíase é uma importante enfermidade parasitária, ocasionando morbidade e mortalidade significativas. Dentre os protocolos sugeridos para quantificar a virulência dos isolados de Entamoeba histolytica está a capacidade eritrofagocítica, mas pouco é conhecido quanto a capacidade de leucofagocitose. O presente estudo objetivou verificar a capacidade de eritrofagocitose e leucofagocitose de trofozoítos de E. histolytica e E. dispar, dosar o superóxido (O2-) e a enzima superóxido dismutase (SOD), em presença e ausência de melatonina. Além disso, buscou-se conhecer a ação da melatonina na amebíase experimental. Para os testes in vitro foram coletadas amostras de sangue periférico humano e separados os tipos celulares em: eritrócitos, leucócitos mononucleares (MN) e polimorfonucleares (PMN). Trofozoítos de E. histolytica (cepas HM1-IMSS e ICB-32) e de E. dispar (cepa ICB-ADO) foram incubados com as células. Para dosagem do O2- foi usado o cromógeno Ferricitocromo C e a dosagem da SOD foi através da técnica de redução do NBT (Nitro Blue Tetrazolium). Na amebíase experimental foram utilizados hamsters machos que foram inoculados intra-hepaticamente com amebas da cepa EGG e HM1-IMSS de E. histolytica. As lesões produzidas nos animais foram analisadas de acordo com o grau de comprometimento hepático. Grupos de animais foram tratados com melatonina, em diferentes doses e vias de inoculação. Os resultados in vitro mostraram que a eritrofagocitose foi maior para a cepa HM1-IMSS, bem como o número de eritrócitos internalizados. Quanto à leucofagocitose, os resultados também foram também mais expressivos para a cepa HM1-IMSS, considerando a aderência, fagocitose e morte de leucócitos. Foram observadas interferências hormonais pela melatonina, tanto na leucofagocitose, quanto nos níveis de O2- e de SOD. A inoculação de melatonina nos animais não provocou alterações significativas das lesões hepáticas observadas macroscopicamente, o que pode indicar que in vivo as amebas podem apresentar meios eficazes de escape do sistema imune. O universo das interações amebas-leucócitos ainda está longe de ser completamente desvendado, mas encontramos algumas respostas interessantes e surgiram perspectivas para investigações futuras, como conhecer melhor os mecanismos de escape que o parasito utiliza in vivo para evadir das respostas imunes do hospedeiro.

ASSUNTO(S)

parasitologia teses. protozoologia teses. entamoeba histolytica teses. melatonina teses. fagocitose teses. trofozoítos decs

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