Avaliação da ingestão potencial de corantes artificiais por crianças em idade escolar

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1988

RESUMO

A ingestão potencial semanal de corantes artificiais por crianças na faixa etária de 3 a 14 anos, residentes no Distrito de Barão Geraldo, Campinas, S. P., foi estimada com base em dados de consumo médio de alimentos e em determinações analíticas dos corantes presentes nos produtos consumidos. Foi feito um levantamento de todas as crianças, dentro da faixa etária de interesse, que freqüentavam as Escolas de maternal, 1° e 2° graus no ano letivo de 1986, procedendo-se em seguida á amostragem proporcional desta população, distinguindo-se grupos de mesma idade, sexo e classe sócio¬ econômica. Os dados de consumo de alimentos coloridos artificialmente foram obtidos junto a cada família sorteada, através de entrevistas com aplicação de questionários e coleta de embalagens dos produtos coloridos consumidos durante o período de 14 dias. Os corantes presentes nos alimentos apontados pela pesquisa de consumo foram identificados e quantificados por métodos que incluíram fixação em lã pura ou em coluna de poliamida, cromatografia ascendente em papel e espectrofotometria. Os resultados desta análise demonstraram que os corantes artificiais utilizados em 83 produtos comerciais distintos, incluindo pó para sobremesas de gelatinas, preparados sólidos artificiais para refrescos, refrescos prontos, xaropes, refrigerantes e 57 variedades de balas, eram permitidos para uso no Brasil no ano da pesquisa (1986), estando as suas concentrações dentro dos parâmetros legais. Os corantes encontrados com maior freqüência nos produtos e balas analisados foram, em ordem decrescente, Tartrazina (41%), Amarelo Crepúsculo (32%), Amaranto (24%), Indigotina (22%) e Vermelho Sólido (14%). Através de analise estatística foram feitas comparações entre ingestões potenciais semanais (I PS) observadas para os diferentes grupos da população, tendo sido evidenciada uma maior exposição aos corantes por crianças mais novas e do sexo masculino, principalmente aquelas provenientes de classe socioeconômica inferior. A comparação dos valores estimados de ingestão potencial semanal com os valores toxicologicamente aceitáveis de ingestão diária (IDA), mostrou que o consumo dos corantes Amaranto, Amarelo Crepúsculo, Indigotina e Tartrazina representaram, em média, 24%, 3%, 0,05% e 0,4% dos valores de suas IDAs, respectivamente. Embora o valor de IDA pretenda representar um índice de segurança para o uso de aditivos na dieta, à luz dos conhecimentos toxicológicos atuais, a sua utilização para crianças tem sido sujeita a criticas. Portanto, as ingestões abaixo da IDA detectadas através do presente estudo, não representam necessariamente ausência de risco potencial para crianças devido ao consumo de alimentos coloridos artificialmente

ASSUNTO(S)

corantes em alimentos alimentos - aditivos crianças - nutrição levantamentos nutricionais - campinas (sp)

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