Avaliação da hipermetilação em biomarcadores na progressão do câncer de boca / Evaluation of biomarkers hypermethylation in oral cancer progression

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A hipermatilação aberrante de regiões gênicas promotoras foi recentemente sugerida como meio de detecção do carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço. Neste estudo nós avaliamos o status de metilação de um painel de 7 genes já relatados na literatura e sua correlação com lesões orais malignas e cancerizáveis de boca. Inicialmente, nós utilizamos amostras de enxágues salivares de pacientes com lesões benignas, displásicas e malignas para determinar a hipermetilação em regiões gênicas promotoras em pacientes de alto risco. Uma avaliação clínica de risco foi realizada e correlacionada com o diagnóstico histológico e status dos biomarcadores. A partir dos resultados analisados nas lesões intraorais, o gene DCC, que obteve a melhor performance entre os 7 genes, foi testado em lesões de queilite actínica e carcinoma epidermoide de lábio. Foram realizadas reações de PCR específica para metilação, quantitativa (Q-MSP) para os 7 genes (CCNA1, MGMT, MINT31, TIMP3, P16, DAPK, DCC) em enxágues salivares de 191 pacientes com lesões intraorais, e do gene DCC em 39 lesões de lábio. Análises de regressão logística e curva ROC foram utilizadas para avaliar a associação do status de metilação com o diagnóstico histológico e para estimar a acurácia da classificação respectivamente, nas amostras de enxágue salivar. Na análise multivariada, o diagnóstico displasia/ câncer foi associado com a idade (OR=1.3, 95% CI= (1.01-1.6, p=0.014) e a metilação do painel de 7 genes (OR=2.2, 95% CI=(1.34.0), p=0.006); a metilação do DCC também foi fortemente associada (OR=3.3, 95% CI=(1.7-6.6), p=0.004). Na análise multivariada, o diagnóstico histológico foi independentemente associado com a metilação do painel de 7 genes (OR=2.0, 95% CI=(1.1-3.6), p=0.027) ou do DCC (OR=2.8, 95% CI=(1.4-5.7), p=0.004). Uma nova análise, excluindo pacientes com diagnóstico prévio de câncer (n=30), e levando em conta uma classificação clínica de risco, foi realizada. Na análise univariada, DCC (OR=2.6, 95% CI=(1.1-6.1), p=0.026) e a classificação clínica de risco (OR=2.5, 95% CI=(1.3-5.1), p=0.008) foram associados com o diagnóstico de displasia/ câncer, e permaneceram significante na análise multivariada (DCC: OR=2.5, 95% CI= (1.1- 6.0), p=0.037, classificação de risco: OR=2.5, 95% CI=(1.2-5.0), p=0.012). A classificação clínica de risco identificou displasia/ câncer com a sensibilidade de (95% CI=4171%) e especificidade de 66% (95% CI= 5775%). A sensibilidade da classificação clínica de risco combinada com a metilação do painel de 7 genes melhorou, chegando a 71% (95% CI=5683%) e com a metilação do DCC chegou a 69% (95% CI=5481%). O status de metilação do painel de 7 genes, como também o DCC como um marcador individual, foi independentemente associado com o diagnóstico histológico em enxágues salivares. Nas lesões labiais não foi possível observar a mesma correlação entre o status de metilação do gene DCC e o diagnóstico histológico, provavelmente, devido a diferente etiologia das lesões intraorais e labiais. Os resultados mostram a potencial habilidade destes biomarcadores em prever o risco de presença de lesões intraorais cancerizáveis, usando uma abordagem não invasiva, além do potencial de melhorar a eficiência da classificação clínica de risco. Mas reforça a diferente etiologia das lesões intraorais e labiais e a necessidade de diferentes marcadores para essas lesões.

ASSUNTO(S)

body fluid câncer bucal fluidos corporais methylation metilação oral cancer

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