Avaliação da hipercalcemia assintomática em pacientes ambulatoriais
AUTOR(ES)
Costa, Mônica Barros, Lanna, Carla Marcia Moreira, Braga, Maria Helena, Magalhães, Simone
FONTE
Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008-10
RESUMO
INTRODUÇÃO: Dosagens indiscriminadas de cálcio sérico podem levar à detecção de pacientes assintomáticos, com hipercalcemia, em que o hiperparatireoidismo primário é a causa mais comum. OBJETIVO: Discutir a forma de avaliação da hipercalcemia detectada em população atendida em regime ambulatorial, avaliando a sua freqüência, com ênfase na pesquisa de hiperparatireoidismo primário. MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizado estudo prospectivo envolvendo 1.049 indivíduos, de 40 a 60 anos, com dosagens séricas de cálcio e albumina, e calculado o valor de cálcio corrigido. Na presença de elevação do cálcio corrigido, foram dosados cálcio iônico, fósforo, paratormônio (PTH) e calciúria. RESULTADOS: A idade foi 49,7 ± 13,7 anos e 188 (17,9%) indivíduos apresentaram valores elevados de cálcio corrigido. Desses, 90 pacientes compareceram à segunda avaliação e 19 (2%) mantiveram quadro de hipercalcemia. Os níveis de cálcio iônico (média: 1,2 ± 0,01 mmol/l) foram normais em todos os indivíduos. A calciúria foi 185,8 ± 111,8 mg/24 horas. Os níveis de PTH (média: 46 ± 11,8 pg/ml) foram elevados em três casos, com cintilografia de paratireóides normal. DISCUSSÃO: A queda na freqüência de hipercalcemia com base no valor do cálcio corrigido e, sobretudo, após dosagem de cálcio ionizável sugere que a dosagem de cálcio livre seja preferida como triagem. Na população estudada não foi diagnosticado hiperparatireoidismo, sugerindo distribuição variável da doença em diferentes populações. CONCLUSÃO: Deve ser questionada a dosagem rotineira de cálcio sérico em indivíduos sem quadro clínico que indique a necessidade da realização desse exame. Quando realizada, a dosagem de cálcio iônico deverá ser preferida.
ASSUNTO(S)
hipercalcemia hiperparatireoidismo cálcio sérico
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