Avaliação da farmacoterapia na doença renal crônica: validação do instrumento PAIR para uso no Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Nephrol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-12

RESUMO

Resumo Pacientes com doença renal crônica (DRC) utilizam polifarmácia, que, associada ao comprometimento renal, os expõe ao risco de problemas relacionados a medicamentos (PRMs). No Brasil, não existem instrumentos para sistematizar a avaliação da farmacoterapia e a gestão de PRMs nessa população. Portanto, o objetivo deste trabalho foi validar o instrumento PAIR (Pharmacotherapy Assessment in Chronic Renal Disease) para uso em português brasileiro. Trata-se de um estudo observacional longitudinal retrospectivo. Foram analisados prontuários de 100 pacientes com DRC, em tratamento conservador, atendidos entre 2016 e 2017, em clínica de nefrologia. O PAIR foi aplicado por farmacêuticos em duas consultas do mesmo paciente, com intervalo de 6 meses. Avaliou-se confiabilidade, validade conceitual, responsividade do instrumento e prevalência de PRMs na amostra. Uma média de 1,26 ± 0,96 PRM/paciente foi identificada. Na confiabilidade entre avaliadores, o coeficiente k variou de 0,58 a 0,94 e no teste-reteste, de 0,79 a 1,00, revelando grau de concordância moderada a perfeita. Na validade conceitual, uma média de 1,60±1,24 PRM/paciente foi identificada pelo nefrologista, por meio do julgamento clínico, comparado com 1,33 ± 0,76 PRM/paciente identificada pelo farmacêutico, usando o PAIR (p = 0,07). Portanto, o PAIR permitiu identificar PRMs clinicamente significativos. Na responsidade, uma média de 1,26 ± 0,96 PRM/paciente foi identificada na primeira consulta e 1,11 ± 1,02 PRM/paciente na consulta subsequente (p = 0,17) pelo farmacêutico, usando o PAIR, não sendo observada diferença no número de PRMs entre os períodos. Dessa forma, o PAIR permitiu identificar PRMs clinicamente significativos em pacientes com DRC, constituindo um novo instrumento validado para ser utilizado no Brasil.

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