Avaliação da dosagem sérica do ácido hialurônico e do colágeno iv como marcadores de fibrose hepática em pacientes de área endêmica de esquistossomose mansônica no estado da Bahia

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Marcadores bioquímicos de fibrose têm sido utilizados para predizer a presença e o grau de fibrose hepática em pacientes com hepatites virais crônicas, cirrose e esquistossomose. Neste estudo, comparam-se as dosagens séricas de ácido hialurônico (AH) e colágeno IV (C-IV) com o diagnóstico da presença e grau de fibrose dado pelo ultra-som (US). Quatrocentos e onze voluntários residentes em uma área de alta endemicidade no estado da Bahia foram avaliados pelo exame físico e US. Pacientes com imagem ultra-sonográfica de cirrose, e menores de 18 anos foram excluídos. Setenta e nove indivíduos foram selecionados para a dosagem dos marcadores. O diagnóstico parasitológico foi dado pelo exame de fezes (Kato-Katz). Amostras de soro foram obtidas de todos os participantes e armazenadas a -20ºC. Todos foram testados para hepatites virais B e C. O AH e o C-IV foram dosados pela técnica ELISA (Echelon Biosciences Inc., Salt Lake City, USA). O US foi realizado em todos os pacientes com o equipamento GE Logic 100 (GE Healthcare, Chalfont St. Giles, Reino Unido), com transdutor convexo de 3,5 MHz. A definição da presença e grau de fibrose foi dada pela comparação com as pranchas esquemáticas da OMS e pela avaliação subjetiva do examinador. Os pacientes foram divididos em quatro grupos de acordo com a classificação pela OMS: fibrose ausente (A), leve (C, D, Dc), moderada (E, Ec) ou intensa (F). A avaliação subjetiva definiu a fibrose como ausente, leve, moderada e intensa. Para a comparação das concentrações dos marcadores entre os grupos de acordo com os padrões da OMS utilizou-se o método ANOVA. A acurácia do teste foi avaliada pela análise da curva ROC. As variáveis explicativas da concentração do AH foram identificadas pela análise multivariada. Seis pacientes apresentaram fibrose intensa ao US, 21 tiveram fibrose moderada e 23 fibrose leve. Vinte e nove pacientes não tinham fibrose ao US. A concentração do AH apresentou diferença significativa entre os indivíduos sem fibrose e aqueles com fibrose de qualquer grau (p = 0,000), e entre os pacientes com fibrose leve e intensa (p = 0,029). Os níveis mais elevados foram encontrados no grupo com fibrose intensa. A área sob a curva ROC (AUC) para o AH, de acordo com os padrões da OMS, foi 0,89 (0,82-0,97) para o diagnóstico de fibrose. Valores acima de 115,4 ng/ml identificam pacientes com fibrose [sensibilidade (S): 98%; especificidade (Es): 64%]. As variáveis relacionadas ao aumento do AH foram: idade, o grau de fibrose pela avaliação subjetiva e a presença de colaterais. Não houve diferença entre os grupos para o C-IV. O AH mostrou-se útil na identificação de pacientes com fibrose hepática esquistossomótica em áreas endêmicas.

ASSUNTO(S)

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